Poucas coisas me dão mais prazer do que ver um moralista ser apanhado na rede do seu próprio moralismo. E quanto mais apertada for a rede com que o beato implacável gosta de tentar apanhar os outros, maior é o meu prazer. Atenção: não estou a falar dos casos em que alguém é surpreendido num momento de fraqueza. Todos temos o direito de aspirar a um modelo de perfeição moral e cívica que nem sempre conseguimos cumprir. O antimoralismo não pode ser mais moralista do que o próprio moralismo. Do que falo é daquelas pessoas que violam os preceitos que impõem aos demais por decisão racional ou prática sistemática.
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