Cantor e compositor brasileiro Leo Middea celebra quatro anos em Portugal com Hello Goodbye

Cantor e compositor, brasileiro (e carioca) residente em Portugal há quatro anos, Leo Middea já tem na bagagem quatro álbuns, dois gravados no Brasil (Dois, 2014, e A Dança do Mundo, 2016) e dois em Portugal, Vicentina (2020), e Beleza Isolar (2020), este gravado em plena pandemia, como é visível no achado irónico do título. Agora, quando se anuncia a sua participação no festival Super Bock em Stock, em Lisboa (dia 20 na Casa do Alentejo, às 22h), Leo Middea publica esta quarta-feira um novo single e videoclipe, aqui em estreia, Hello Goodbye. É, como ele explica ao PÚBLICO, “praticamente um vídeo documental desses quatro anos aqui na Europa, em Portugal”.

Sair do Brasil, pensou-o em viagem: “Decidi vir há quatro anos, quando estava na Índia, em Bangalore. Senti uma intuição muito forte, porque sempre tive vontade de correr mundo com a minha música. Até o primeiro concerto que fiz foi fora do Brasil, na Argentina, em Buenos Aires. Vir para Portugal foi um pouco matar essa sede, que eu estava sentindo.” A letra de Hello Goodbye (que tem o mesmo título da conhecida canção dos Beatles) reflecte esse espírito, essa vontade de correr mundo: “Eu tô na Europa!/ E é chique demais/ Dizer que tá na Europa!/ Aqui tem tudo de bom/ Mas quero ir até o Japão/ Com força no plexo solar”; ou: Imagina nos States tocar/ Dançar na Time Square./ Um festival em Istambul/ E não entender nada em Moscou”.

A menção é literal: não foi até aos Estados Unidos nem ao Japão, mas desde que rumou à Europa já tocou em Londres, Paris, Barcelona. Madrid, Galiza, República Checa. E em Portugal, claro, onde tem vindo a relacionar-se com vários músicos locais. Janeiro é um deles. “Quando cheguei aqui, não conhecia absolutamente ninguém. E o primeiro músico que conheci foi o Janeiro. A musicalidade dele me surpreendeu de uma maneira que me fez entender que eu tinha muita coisa para aprender aqui em Portugal, musicalmente também. Quando vim, eu tinha 20 para 21 anos, foi o início da minha vida adulta. Portugal me amadureceu muito, e estou muito grato por isso”.

Nascido no Rio de Janeiro, em 27 de Abril de 1995, Leo Middea cita como maiores influências Gilberto Gil, Caetano Veloso e Jorge Benjor (antes Jorge Ben), este pela complexidade das suas letras que aparentam ser simples. “Durante a pandemia, tentei conhecer outros artistas e géneros musicais também, mas durante a minha vida inteira esses três artistas foram os principais.” O que vai apresentar no festival será uma retrospectiva do seu trabalho. “Um pouquinho de cada disco, preparando um repertório bem alegre, bem movimentado, para pular, dançar, curtir. Após a pandemia, esse é o início da celebração popular de que todo o mundo está precisando.”