Ninguém muda o país por nós

As “perguntas de analista” deixam-me sempre encanitado. Às vezes perguntam-me coisas como: acha que a sociedade se vai polarizar cada vez mais? Dá-me sempre vontade de responder: bem, a sociedade somos nós, portanto essa não é uma pergunta para se responder adivinhando mas uma pergunta para se responder fazendo.

Ontem, nestas páginas, o João Miguel Tavares repetia um argumento muito dele, segundo o qual uma crónica, para ser válida, não precisa de apresentar soluções, porque “uma crítica estruturada” já é por si mesma “um exercício que tem a sua própria finalidade, já que promove o debate e ajuda a formar opiniões”. Tudo certo, desde que a inversa seja também verdadeira: uma crónica que se aventure a apresentar propostas e eventuais soluções não deixa também de ser um exercício válido, gerar o mesmo debate e as mesmas opiniões, mesmo que as propostas não cheguem a sair dos limites dos parágrafos do texto. Todas as ações reais humanas foram um dia uma ideia, e todas as ideias precisaram um dia de ser exteriorizadas para se tornarem um ato concreto.

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