Greenpeace alemã processa a Volkswagen por falhar objectivos de emissões de carbono

A Volkswagen teve oito semanas para analisar as exigências dos activistas, que incluíam o fim da produção de automóveis com motor de combustão interna até 2030 e a redução das emissões de carbono em pelo menos 65% em relação aos níveis de 2018 até ao mesmo ano.

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Reuters/FABRIZIO BENSCH

A activista ambiental Clara Mayer e os responsáveis da Greenpeace Alemanha processaram a Volkswagen na justiça alemã, anunciou a ONG nesta terça-feira. A fabricante de automóveis é acusada de não ter feito a sua parte para combater as alterações climáticas.

Os queixosos tinham dado oito semanas à Volkswagen para considerar as suas exigências, que incluíam o fim da produção de automóveis com motor de combustão interna até 2030 e a redução das emissões de carbono em pelo menos 65% em relação aos níveis de 2018 até ao mesmo ano, antes de intentarem a acção.

A Volkswagen não comentou ainda o caso, mas já tinha afirmado antes que não considerava que os processos contra empresas individuais fossem uma solução adequada para lidar com uma questão à escala da sociedade.

“A Volkswagen já se comprometeu claramente com o Acordo Climático de Paris em 2018 e tem a mais ambiciosa estratégia de electromobilidade, investindo 35 mil milhões de euros em electromobilidade até 2025”, disse um porta-voz em Setembro quando a Greenpeace fez as suas exigências.

Não é o primeiro processo do género. Em Setembro, os responsáveis pela organização ambiental alemã Deutsche Umwelthilfe processaram a BMW e a Daimler, quando ambas as empresas rejeitaram as exigências de acabar com a produção de carros que usem combustíveis fósseis até 2030 e limitar as emissões de CO2 antes dessa data.

Os processos baseiam-se em dois casos anteriores relacionados com o clima: uma decisão alemã, em Maio de 2020, segundo a qual o país não estava a proteger as gerações futuras das consequências das alterações climáticas; e uma decisão holandesa, no mesmo mês, ordenando à empresa petrolífera Shell que reduzisse as suas emissões, a primeira vez que uma empresa privada foi considerada responsável pelo seu impacto sobre o clima.

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