O Semibreve começou lá no alto, no Santuário do Bom Jesus de Braga

Não se tratou de uma experiência religiosa, mas existiu alguma transcendência na abertura do festival, com a dupla americana Christina Vantzou e John Also Bennett a propor uma música espacial na icónica basílica. O festival decorre até domingo.

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Christina Vantzou preferencialmente ao computador, criando atmosferas, formas e texturas, e John Also Bennett, ao piano ou na flauta, desenvolveram uma experiência quase espacial Adriano Ferreira Borges/Festival Semibreve
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Instrumentação acústica entrelaçou-se de maneira fluida com o digital na abertura do Semibreve, em Braga Adriano Ferreira Borges/Festival Semibreve
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Adriano Ferreira Borges '/ Semibreve

A Basílica do Santuário do Bom Jesus do Monte, em Braga, estava repleta na chuvosa noite de quinta-feira para ouvir Christina Vantzou e John Also Bennett. Foi com esta dupla norte-americana que teve início o festival Semibreve, que ao longo de 11 anos foi acontecendo episodicamente em locais não convencionais, paralelamente ao Theatro Circo ou ao GNRation, o que também volta a acontecer nesta edição. Para além do Santuário, também a Capela Imaculada do Seminário Menor ou o Salão Medieval da Universidade do Minho irão receber, até domingo, alguns dos sons electrónicos mais livres do nosso tempo.

Christina Vantzou e John Also Bennett, com percursos a solo consolidados, têm vindo a colaborar nos últimos tempos, com destaque para o álbum do ano passado, Landscape Architecture, música ambiental, contemplativa e ritualista, que não receia o quase silêncio, e que previsivelmente poderia vir a funcionar na Basílica do Santuário. E assim aconteceu. Com Vantzou, preferencialmente ao computador, criando atmosferas, formas e texturas, e Bennett ao piano, ou na flauta, desenvolveram uma experiência quase espacial, com a instrumentação acústica a entrelaçar-se de maneira fluida com o digital. 

Esta sexta-feira o festival prosseguirá, com o encontro provocado pela organização do evento entre a americana Zeena Parkins, conhecida harpista e compositora, com largo trajecto de colaborações (a mais mediática, talvez, com a islandesa Björk), e o português André Gonçalves, que tem vindo a destacar-se pela feitura de sintetizadores modulares, mas também pela criação de estimulante música electroacústica. Seguir-se-ão a britânica Nik Colk Void e a sueca Klara Lewis, com o artista visual português Pedro Maia. Depois, de sábado a domingo, entre concertos, instalações ou palestras, haverá mais figuras relevantes das electrónicas menos normativas a evoluir por Braga, como Flora Yin-Wong, Rafael Toral, Laurel Halo com Oliver Coates, Rabih Beaini ou os Supersilent.  

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