Grupo usava Portugal para lavar dinheiro de burla milionária

Facilidade de criação de empresas faz com que Portugal tenha vindo a ser usado em burla que tem vitimado centenas ou milhares investidores particulares.

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Leonhard Foeger/Arquivo

A Polícia Judiciária (PJ) anunciou a detenção de quatro pessoas por suspeitas de associação criminosa, branqueamento e burlas qualificadas de carácter internacional.

Este grupo organizado de cariz transnacional, composto por três portugueses e um ucraniano, utilizava o território nacional para fazer desaparecer capitais provenientes de investidores crédulos, que pensavam estar a aplicar as suas poupanças em criptomoeda e noutros investimentos.

Desta vez, a burla ascenderá a sete milhões de euros, não tendo ainda sido apurado o número de lesados. Mas este esquema está em crescimento na Europa, sendo Portugal um dos países em que os criminosos apostam devido à facilidade de criação de empresas em território nacional, através do serviço Empresa na Hora. 

Em comunicado, a Judiciária explica que as firmas “eram usadas para titular contas bancárias em instituições financeiras em Portugal, que serviam como veículo apenas para parquear dinheiro, que de imediato era transferido para outros países, com a finalidade de ocultar a sua proveniência e destino e tentando conferir-lhe, desta forma, uma aparência de legalidade”.

Nesta operação, baptizada como Cifras Negras, foram realizadas nove buscas e apreendido material utilizado na prática dos crimes. Com idades compreendidas entre os 30 e os 60 anos, os detidos serão agora sujeitos a primeiro interrogatório judicial no Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa, para aplicação da medida de coacção adequada.

A Polícia Judiciária prossegue as investigações. Já em 2020 esta força policial tinha desmantelado um esquema idêntico que também usava os bancos portugueses para lavar dinheiro. As vítimas deste tipo de burla são na grande maioria das vezes de nacionalidade estrangeira. 

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