PS e CDU vão partilhar pelouros na Câmara de Sintra

A CDU, quarta força política mais votada, irá assumir pelouros nas áreas da mobilidade, ambiente e na gestão dos Serviços Municipalizados de Águas e Resíduos (SMAS) com o vereador Pedro Ventura.

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Nuno Ferreira Santos/Arquivo

Os eleitos do PS e da CDU vão partilhar pelouros na gestão da Câmara Municipal Sintra, no distrito de Lisboa, ganha pelo socialista Basílio Horta sem maioria absoluta, confirmaram os dois partidos na segunda-feira.

A assunção de responsabilidades na Câmara Municipal de Sintra por parte do único vereador da CDU eleito nas autárquicas de Setembro, Pedro Ventura, foi divulgada pelo partido, em comunicado.

Entretanto, questionado pela agência Lusa sobre esta partilha de pelouros, o presidente da Câmara Municipal de Sintra, Basílio Horta (PS), que foi reeleito sem maioria absoluta, ressalvou que a assunção de responsabilidades por parte da CDU “não é inédita” e que “será benéfica para o concelho”.

“É bom para o concelho, pois garante segurança e é muito útil para as populações. É uma solução que nos agrada”, afirmou o autarca socialista.

Basílio Horta, que tomou posse na noite de segunda-feira como presidente da Câmara de Sintra, lembrou que os comunistas tiveram responsabilidades executivas no mandato 2013-2017, após uma eleição onde os socialistas tiveram uma maioria absoluta.

Quatro anos depois, os socialistas voltariam a conquistar maioria absoluta, nas eleições autárquicas de 2017, mas desta vez a CDU recusou-se a assumir pelouros.

Desta vez, segundo adiantou à Lusa Basílio Horta, o vereador Pedro Ventura irá assumir pelouros nas áreas da mobilidade, ambiente e na gestão dos Serviços Municipalizados de Águas e Resíduos (SMAS).

Por sua vez, em declarações à Lusa, Pedro Ventura explicou que, ao contrário do que aconteceu nas eleições autárquicas de 2017, “desta vez estavam criadas as condições” para o partido aceitar ter responsabilidades no executivo municipal.

“A população de Sintra retirou a maioria absoluta ao PS, abrindo assim caminho para um novo ciclo político. Iremos assumir responsabilidades em pelouros que são estratégicos e que têm intervenção directa na vida da população”, justificou.

No entanto, apesar de ter aceitado responsabilidades executivas, o vereador comunista rejeitou tratar-se de uma “aliança política” e ressalvou que o partido irá manter a sua “plena autonomia e independência política e que analisará, com rigor, todas as propostas submetidas a aprovação nos órgãos municipais.

O novo executivo de Sintra é composto por cinco eleitos do PS, incluindo o presidente, quatro da coligação Vamos Curar Sintra (PSD/CDS-PP/A/MPT/PDR/PPM/RIR), um da CDU e um do Chega.

Segundo os dados do Ministério da Administração Interna, Basílio Horta (PS) foi reeleito presidente da Câmara Municipal de Sintra com 35,25% dos votos (5 mandatos), nas eleições autárquicas de 26 de Setembro.

Em segundo lugar ficou a coligação Vamos Curar Sintra, encabeçada pelo social-democrata Ricardo Baptista Leite, conseguindo 27,53% dos votos e quatro mandatos.

A terceira candidatura mais votada foi a do Chega, que conseguiu 9,09% dos votos e eleger, pela primeira vez, um vereador. Também com um vereador eleito, a CDU foi o quarto partido mais votado, com 9,02% dos votos.

Concorreram à Câmara Municipal de Sintra Basílio Horta (PS), Ricardo Baptista Leite (PSD/CDS-PP/A/MPT/PDR/PPM/RIR), Nuno Afonso (Chega), Pedro Ventura (CDU), Bruno Góis (BE), Miguel Santos (PAN), Guilherme Leite (Nós, Cidadãos!) e Paulo Carmona (IL).

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