Cartas ao director

“Brexit” em Lisboa​

Agradecia que um dos vossos jornalistas de política internacional nos explicasse por que carga de água veio o sr. Frost a Lisboa dar um recado à UE quando o  podia claramente fazer em Londres ou até pelo Twitter, como é seu costume. Eu entendo que ele quisesse eco alargado, e que por isso lhe conveio fazer voz grossa “dentro” da Europa, mas por que raio nos prestamos nós sempre a esta triste figura de lacaio de serviço com a inevitável conversa do mais antigo aliado?

Quando os portugueses e outros europeus são corridos do Reino Unido graças às patranhas do “Brexit” ainda nos vamos prestar para pano de fundo de mais uma cena deste infindável jogo de trapaças? Ou alguém duvida que mesmo fora da UE dá muito jeito culpá-la e desviar as atenções do que se passa na ilha?

Onde e por que entra a diplomacia portuguesa neste jogo?

Maria José Seixas, Oeiras 

Uma Igreja humilde

Um dos grandes flagelos sociais da actualidade é a pedofilia e tanto mais grave quando ela existe dentro da Igreja, mas que nada tem a ver com o celibato. As posições dúbias expressas pelos bispos Américo Aguiar e Manuel Linda, bem como a posição tímida da Conferência Episcopal Portuguesa, em nada contribuem para o combate a este flagelo. Só seguindo a humildade do Papa Francisco, que de forma musculada assume como uma grande vergonha.

António Barbosa, Porto   

Pedofilia

Volto ao assunto da pedofilia dentro da Igreja Católica. Apreciador das crónicas de João Miguel Tavares, refiro-me à de 12 do corrente mês, escrevendo que “D. Américo Aguiar está definitivamente no cargo errado”, perfeitamente de acordo. Inconcebível a declaração do acima citado Bispo Auxiliar, dizendo que a Igreja é a única instituição que está a levar isto a sério, questionando o Ministério da Educação por não fazer nada! Mas o que é que aquela entidade tem a ver com a pedofilia praticada por padres? Está a confundir alhos com bugalhos ou então a tentar fugir às responsabilidades. O acto em si é condenável seja praticado por quem for, mas por representantes da Igreja Católica, cuja doutrina serve de consolação a muita gente, é redobradamente indigno.

Carlos Leal, Lisboa

"Big brother” toma conta das estradas

Antes do mais quero deixar claro que, como automobilista, procuro pautar-me sempre pelo respeito de todos os que circulam na via pública, optando por uma condução respeitadora das regras do código. Esclarecido isto, não posso deixar de criticar o tipo de novos radares, cuja instalação se prepara até ao final do ano, com a luz verde da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária. Radares que nos podem escrutinar sem os vermos. Medir e registar a velocidade, de acordo com os parâmetros e interpretações que aprouverem às autoridades do trânsito, em certos casos a três dezenas de veículos em simultâneo, envolvendo seis vias diferentes. O convite deve ser para andar abaixo dos 50, com os condutores a travarem os carros ao máximo, não vá serem apanhados por um qualquer “big brother”, que não vêem, só imaginam. 

Se a isto juntarmos a proliferação de mais parquímetros na cidade sem qualquer respeito pelos efeitos da pandemia, que atingiu as vidas de muitos portugueses, chega-se à conclusão que hoje em dia ir para a estrada coloca-nos perante o efeito de uma caça à multa que nos acompanha em cada percurso e no desembocar de cada rua, sem dó nem piedade, nem capacidade de defesa, com a agravante de não haver uma rede de transportes públicos satisfatória, que nos permita deixar a nossa viatura à porta de casa. Convenhamos: é demais!...

Eduardo Fidalgo, Linda-a-Velha

Rangel e Rio, ld.ª 

Em vésperas do Conselho Nacional do meu partido (fui militante e fundador do PPD-PSD) do saudoso Francisco Sá Carneiro, Magalhães Mota e Pinto Balsemão, a única incerteza que existe é saber se Rui Rio vai ou não a jogo nas eleições directas pela terceira vez, porque em relação a Paulo Rangel já existe uma facção que dia para dia vai aumentando. O PSD, tem sido, como é do domínio público, uma oposição altamente fraca - é como se não existisse - pergunto-me, tanto Rui Rio como Paulo Rangel, um deles poderia vir a ser primeiro-ministro deste país? Qualquer comentador político ou mesmo qualquer social-democrata, diria apenas isto: ambos não têm perfil, falta-lhes a chamada garra, aliás chama política, como tinha Sá Carneiro.

Tomaz Albuquerque, Lisboa

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