A ilusão do regresso da social-democracia

A ansiedade associada à pandemia produziu a discriminação dos mais pobres, das minorias étnicas, das mulheres; o reforço de uma ideologia securitária que se baseia na suspeição, no ódio e no medo.

As vitórias sociais-democratas na Noruega e do SPD na Alemanha, ou os comparativamente bons resultados do PS e do Partido Democrático italiano em recentes eleições locais levantaram a questão de saber se estamos perante uma “recuperação do centro-esquerda” (ver artigos de Jon Henley, no Guardian, 28/9/2021, ou de António Saraiva Lima neste jornal, 9/10/2021). A causa poderia estar numa hipótese, que me parece ilusória: a pandemia teria “reforçado o sentido de justiça social” (Henley) em sociedades cuja consistência foi minada por 30 anos de política neoliberal. Esta hipótese aproxima-se muito daquela expectativa inicial de que a perceção do papel central dos sistemas públicos de saúde no combate à covid-19 teria ajudado a emergir uma crítica radical às políticas de desinvestimento e privatização destes serviços.

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