Sindicatos médicos reúnem-se em Coimbra para discutir medidas de protesto

Ministra da Saúde acusada de passividade negocial por não receber representantes dos trabalhadores. “Grave situação da saúde” vai ser analisada durante discussão do Orçamento.

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Manuel Roberto

Perante a recusa da ministra da Saúde em recebê-los, os sindicatos médicos vão reunir-se em Coimbra no próximo dia 13 de Outubro. Objectivo: discutirem medidas reivindicativas que venham a mostrar-se necessárias “mediante a passividade negocial e inoperância deste Governo”.

Na cimeira, marcada para uma altura em que decorre a discussão do Orçamento de Estado para o ano que vem, participarão a Federação Nacional dos Médicos (Fnam) e o Sindicato Independente dos Médicos (SIM). “Dois anos depois da posse do 22.ºGoverno Constitucional, mantém-se a recusa da ministra em receber os sindicatos médicos, a falta de investimento no Serviço Nacional de Saúde e o grave défice de condições de trabalho dos médicos”, refere uma nota informativa destinada a anunciar o encontro. Os sindicatos propõem-se analisar “a grave situação da saúde em Portugal, nomeadamente as condições laborais dos médicos” antes de partirem para a tomada de medidas de protesto.

A falta de profissionais de saúde e de condições de trabalho estão a deixar vários hospitais no limite. “Os serviços públicos de saúde estão em risco de insolvência”, diz João Proença, da Fnam, que esta quinta-feira denunciou que a falta de anestesistas está a levar o Hospital Egas Moniz, em Lisboa, a contratar salas operatórias em unidades privadas. E no Hospital de Setúbal 87 directores de serviço e unidades funcionais apresentaram a demissão depois de o director clínico se ter demitido. 

O bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, exige ao Governo que “aja com urgência”, salientando ser “fundamental que quem tutela a Saúde tenha respeito pelos médicos”. À luz desta demissão maciça, rematou: “Não é um grito de alerta. É um grito final.” 

Nas próximas semanas, o SIM vai realizar visitas vários hospitais na sequência dos problemas relatados pelos médicos. 

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