Telmo Correia acusa direcção do CDS de estar “mal informada” sobre substituição de deputados

Miguel Arrobas da Silva vai substituir Ana Rita Bessa na bancada centrista.

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Telmo Correia assegura que seguiu a lei no processo de substituição de Ana Rita Bessa LUSA/JOSÉ COELHO

Telmo Correia, líder da bancada parlamentar do CDS, emitiu um comunicado crítico para a direcção de Francisco Rodrigues dos Santos sobre o processo de substituição da deputada Ana Rita Bessa. O líder da bancada centrista esclarece que seguiu “o critério da lei” nos contactos que fez para a substituição e acusa a direcção do partido de estar “mal informada” sobre os procedimentos. O deputado que aceitou assumir o mandato é Miguel Arrobas da Silva, actual director municipal na câmara de Cascais.

Em comunicado, divulgado esta sexta-feira, Telmo Correia declara que a sua “actuação” na substituição de Ana Rita Bessa foi “tão só a de seguir escrupulosamente o critério da lei” ao aferir a disponibilidade dos membros seguintes na lista eleitoral de 2019. O líder da bancada centrista recusa a ideia de que, nessa qualidade, possa fazer “convites para lugares de deputados”, limitando-se a seguir a ordem dos candidatos como resulta da lei. “Fica particularmente evidente que não tem qualquer sentido, por muito interessante que fosse a ideia, o presidente do grupo parlamentar – como foi sugerido por um alto dirigente do CDS – convidar para deputado o actual presidente da Juventude Popular Francisco Camacho”, que não integrou a lista por Lisboa, lê-se na nota. É uma resposta ao vice-presidente Pedro Melo, que criticou também abertamente a possibilidade de Sebastião Bugalho – o candidato que se seguia a Isabel Galriça Neto, que declinou ir para o Parlamento – assumir o mandato de deputado.

Mas o líder da bancada centrista assinala que o presidente do partido conhecia a ordem da lista e critica o desconhecimento da lei. “Os dirigentes do partido que a propósito desta matéria resolveram aproveitar para atacar a liderança parlamentar fizeram-no seguramente, ou por desconhecer a lei e as suas obrigações imperativas, ou por não terem conhecimento dos factos. Em qualquer caso, o desconhecimento da lei não aproveita a ninguém”, escreveu.

Nesta nota de esclarecimento, Telmo Correia adianta ainda que a deputada Ana Rita Bessa comunicou a sua renúncia por carta entregue na presidência do partido no dia 13 de Setembro mas que, nessa altura, soube, por “colaboradores próximos” do líder do partido que Francisco Rodrigues dos Santos “não pretendia envolver-se na substituição por considerar ser um assunto estritamente do Parlamento”. “Só muito recentemente fiquei a saber que nem a carta nem a mensagem da senhora deputada obtiveram qualquer resposta, por parte da presidência”, acrescentou.

A deputada, que saiu por descontentamento com a actual direcção do partido, queixa-se de não ter recebido resposta à sua mensagem de que pretendia falar com o líder do partido. Por seu turno, Francisco Rodrigues dos Santos disse, numa entrevista ao Expresso, que tinha recebido a carta e a mensagem mas que estava em campanha eleitoral e que considerou que não deveria ser sua iniciativa contactar a deputada.

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