Carla Bolito no mundo absurdo do capitalismo global

Num ambiente de empresa que se confunde com a casa, Exercícios para Joelhos Fortes põe as suas personagens a testar até onde a subserviência e a humilhação podem ir no local de trabalho. Estreia no Teatro da Politécnica, seguindo depois para Torres Vedras e Viana do Castelo.

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Alípio Padilha

Carla Bolito ainda está na troika. A malfadada tríade que impôs uma severa austeridade a países como Portugal ou Grécia na década passada, enchendo o papo depois com os juros decorrentes dos empréstimos assistencialistas prestados a países nas lonas, não lhe abandonou o espírito depois da chamada “saída limpa” portuguesa em 2014. E foi nos escombros da crise financeira que continuou a chafurdar quando, em 2018, decidiu criar o espectáculo A Arte da Fome, a partir de Um Artista da Fome e outros contos de Kafka centrados na vida de artistas. Foi, diz, a sua “reacção à troika” quando já conseguia respirar e a programação dos teatros lhe permitiu apresentar, por fim, o espectáculo que queria pôr em cena. E foi nesse mesmo ano que participou no Eurodram — European Network for Drama in Translation —, acolhido no Teatro Taborda e dedicado à nova dramaturgia grega. Calhou participar no grupo que apresentou uma leitura de Exercícios para Joelhos Fortes, de Andreas Flourakis, e logo se convenceu de que teria de levar aquele texto para palco.

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