Este livro afrontou o regime — e continua a ser uma arma (e um abraço)
Em 1971, nascia a obra Novas Cartas Portuguesas, na qual as “três Marias” reivindicavam o direito da mulher a ter corpo e pensamento. As autoras foram julgadas, o livro destruído, mas além-fronteiras foi considerada a primeira causa feminista internacional. Cinquenta anos depois, o livro ainda agita a vida das jovens – é uma companhia de cabeceira, uma ponte com as avós ou uma “lição para o activismo” que aí vem. E, principalmente, mostra o que ainda pode nascer do diálogo entre mulheres.
“Quando o burguês se revolta contra o rei, ou quando o colono se revolta contra o império, é apenas um chefe ou um governo que eles atacam (...) Se a mulher se revolta contra o homem, nada fica intacto.” Esta é uma das muitas passagens que estão assinaladas, com post-it ou notas de cabeçalho, no exemplar que Ana Cunha guarda de Novas Cartas Portuguesas.
O contributo do PÚBLICO para a vida democrática e cívica do país reside na força da relação que estabelece com os seus leitores.Para continuar a ler este artigo assine o PÚBLICO.Ligue - nos através do 808 200 095 ou envie-nos um email para assinaturas.online@publico.pt.