Churchill, o improvável pai fundador dos “Estados Unidos da Europa”

Em Zurique, há 75 anos, Churchill lança as bases do que viria a ser a União Europeia. “E agora vou dizer-vos uma coisa que vos irá surpreender”, anuncia ao auditório da universidade. E, apenas um ano depois do fim da guerra, defende ardentemente uma aliança franco-alemã como base de uma Europa unida. De Gaulle não gostou.

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A Segunda Guerra tinha acabado há um ano e as feridas continuavam abertas quando, pela primeira vez, Churchill avança com a ideia dos “Estados Unidos da Europa” e da União Europeia. Na Universidade de Zurique, a 19 de Setembro de 1946 — faz hoje 75 anos — Churchill desafia o auditório: “E agora vou dizer-vos uma coisa que vos irá surpreender. O primeiro passo para a reconstrução da família europeia tem que passar por uma aliança entre a França e a Alemanha.” Naquele que é um dos mais importantes discursos fundadores da União Europeia, Churchill defende a criação “de uma espécie de Estados Unidos da Europa”, única forma de “reconstruir o tecido europeu” dizimado pela Segunda Guerra. Churchill já não era primeiro-ministro. Perde as eleições de 1945 para os trabalhistas de Clement Attlee, até aí braço direito de Churchill no Governo de coligação 1940-45.

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