Mais 91 camas de cuidados continuados no antigo Hospital Militar da Estrela

Lisboa passa agora a ter 100 camas da tipologia Convalescença, 84 camas de Média Duração de Reabilitação e 92 camas de Longa Duração e Manutenção.

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Hospital Militar da Estrela fechou no final de 2013, após 177 anos a funcionar ao serviço do Exército Miguel Manso / Arquivo

Lisboa conta, a partir desta quinta-feira, com uma nova Unidade de Cuidados Continuados Integrados (UCCI), com 91 camas, que funciona no antigo Hospital Militar da Estrela, avançou à Lusa a coordenadora da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados (RNCCI).

As 91 camas da UCCI Rainha Dona Leonor estão distribuídas por três tipologias: Unidade de Convalescença, com 13 camas, Unidade de Média Duração e Reabilitação, com 39 camas, e Unidade Longa Duração e Manutenção, também com 39 camas, precisou a nova coordenadora da RNCCI, Cristina Henriques.

As 13 camas da Unidade de Convalescença abrem esta quinta-feira, enquanto as de Média Duração e Reabilitação deverão entrar em funcionamento no final do mês e a Unidade de Longa Duração e Manutenção, em meados de Novembro

Com estas novas respostas, Lisboa passa a dispor de 100 camas da tipologia Convalescença, 84 camas de Média Duração de Reabilitação e 92 camas de Longa Duração e Manutenção. Para Cristina Henriques, a abertura desta UCCI no centro de Lisboa tem “um significado muito importante”.

“A resposta que a rede tem dentro da cidade é realmente uma resposta com muitas carências, porque temos muitas necessidades e poucas respostas, e efectivamente [esta unidade] vem dar um grande impulso à rede em três tipologias tão importantes”, explicou.

Segundo a responsável, a estrutura resulta da requalificação do antigo Hospital Militar da Estrela e de um contrato programa que foi assinado na quarta-feira entre a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, o Instituto de Segurança Social e a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.

O objectivo da RNCCI, adiantou, é “a prestação de cuidados de saúde e de apoio social de forma continuada e integrada a pessoas que independentemente da sua idade se encontram em situação de dependência”.

“Os doentes são referenciados para cada uma destas tipologias de acordo com a sua necessidade de cuidados, é isso que determina a referenciação para cada uma das tipologias”, disse Cristina Henriques, explicando que a referenciação para a rede é sempre nacional, mas normalmente o doente é colocado na unidade mais próxima da sua área residência. Por isso, defendeu, “quanto mais respostas tivermos dentro da cidade Lisboa mais probabilidades temos em deixar os residentes de Lisboa próximos da sua área de residência”.

Neste momento, disse Cristina Henriques, a prioridade para referenciação continua a ser os doentes dos hospitais do Serviço Nacional de Saúde para libertar camas, uma situação que se verifica desde o início da pandemia da covid-19, em Março de 2020. Desde essa altura, a Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados deu resposta a 32.625 doentes, avançou Cristina Henriques.

Segundo a responsável, a RNCCI tem tido “um crescimento constante” ao longo de todos os anos. A sua “grande dificuldade” é ter um crescimento nas áreas de “maiores aglomerados populacionais”, como na Grande Lisboa e no Grande Porto, apontou.

Por isso, realçou, “temos agora também um grande desafio pela frente”, o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). “O PRR para a área dos Cuidados Continuados vem-nos dar a possibilidade de apoios financeiro para os nossos parceiros da rede, para que possamos através destes incentivos ter também aqui um grande impulsionador à constituição destas unidades no sítio onde elas são mais precisas, nos sítios onde temos maiores carências e mais próximo das pessoas, onde elas vivem”, sustentou.

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