Federação tenta afastar oito jogadores brasileiros da próxima ronda da Premier League

CBF invoca artigo da FIFA para “punir” os atletas que não foram dispensados, pelos principais clubes ingleses, para esta janela internacional.

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Reuters/CARL RECINE

A Confederação Brasileira de Futebol (CBF), com base nos regulamentos da FIFA, decidiu avançar com uma medida que impedirá oito internacionais “canarinhos” de actuarem na próxima ronda da Premier League, prejudicando, dessa forma, clubes como o campeão Manchester City, Liverpool, Manchester United e Leeds United.

A CBF recorreu ao artigo que prevê a aplicação de cinco dias de suspensão - a cumprir entre 10 e 14 de Setembro - aos futebolistas que não compareçam no estágio da selecção depois de convocados, como sucedeu nesta janela de competição relativa à qualificação para o Campeonato do Mundo do Qatar 2022.

A posição assumida pelos responsáveis brasileiros decorre do “boicote” de algumas Ligas, como a Premier League, apoiadas pelas respectivas federações, decisão assumida em protesto pela extensão do prazo de dispensa dos futebolistas, face a uma série de três encontros internacionais, a juntar aos condicionalismos impostos pela pandemia de covid-19, com quarentenas obrigatórias que em Inglaterra obrigam ao afastamento dos jogadores por um período de dez dias, com impacto óbvio nos campeonatos.

A FIFA - que apelara à solidariedade de clubes e federações, tendo sido ignorada - terá já notificado os clubes da Premier League que impediram os jogadores de se juntarem às selecções. A CBF terá, contudo, condescendido no caso de Richarlison, do Everton, já que o clube de Liverpool permitiu - sem ser obrigado a isso pelos regulamentos - a presença do futebolista nos Jogos Olímpicos.

Deste modo, Roberto Firmino, Fabinho e Alisson (Liverpool), Ederson e Gabriel Jesus (Manchester City), Raphinha (Leeds United), Fred (Manchester United) e Thiago Silva (Chelsea)​ estarão impedidos de actuar na próxima ronda do campeonato inglês. No caso de Thiago Silva e Fred, acrescem os jogos de abertura da Liga dos Campeões, na terça-feira, dia 14. Isto, depois de México, Paraguai e Chile terem também agido no sentido de travar a utilização de Raul Jiménez, Miguel Almiron e Francisco Sierralta.

Os clubes deverão, entretanto, analisar as consequências de uma desobediência, não sendo tácito que venham a acatar esta norma. Com a próxima paragem dos campeonatos, em Novembro, é possível que o problema se repita, sendo que, sem outro tipo de retaliação, os clubes terão sempre vantagem em não libertar os internacionais, já que o “castigo” é menor do que o cenário normal.

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