Impuro azul

A imagem e o seu estatuto estão no cerne da mais recente exposição de AnaMary Bilbao.

Foto
A indeterminação sobre o estatuto da imagem é o ponto fulcral da exposição

A visita de J’avale la vague qui me noie le soleil de midi pode começar pela última obra em exposição: um vídeo onde se mostra uma paisagem em tons esmaecidos, que acompanha a interpretação de Almost Blue, de Elvis Costello, feita pelo trompetista Chet Baker. A imagem segue todas as regras da composição estabelecida pela História para a pintura de paisagem. Mas ela é indissociável da banda sonora que ouvimos. E esta componente auditiva é, no fundo, uma das múltiplas versões de uma composição musical conhecida. Como versão, ela é tradução e interpretação. Abala a aura do original, como diria Walter Benjamin. Mesmo, como é aqui o caso, que o original seja ele mesmo um de muitos, um múltiplo de uma gravação que é possível ouvir talvez em vinil ou numa das plataformas digitais que proliferam no mundo virtual.

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