Covid-19: Portugal atinge 70% da população com a vacinação completa

Meta estabelecida pela task-force foi atingida esta quarta-feira, duas semanas antes da data prevista.

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Meta de vacinação foi atingida antes do previsto Ricardo Lopes

A ministra da Saúde anunciou, em entrevista à SIC, que a meta de 70% da população residente em Portugal com a vacinação completa já foi atingida esta quarta-feira, duas semanas antes do que estava previsto (5 de Setembro), citando a informação da task force que coordena a campanha de vacinação contra a covid-19. A governante admitiu também um alívio das medidas de confinamento mais cedo do que o previsto.

“É um resultado muito importante e vale a pena referir que, quando a presidente da Comissão Europeia começou a falar dele em Janeiro, encarávamo-lo numa forma longínqua no tempo”, enfatizou Marta Temido esta quinta-feira. Agora, acrescentou, é necessário chegar à próxima meta - 85% da população vacinada com as duas doses -, que está prevista para o final de Setembro mas poderá também ser antecipada, uma vez que estão a ser vacinadas perto de 100 mil pessoas por dia.

Esta “boa notícia” já era esperada, tendo em conta o ritmo da campanha de vacinação. Segundo o último relatório de vacinação da Direcção-Geral da Saúde (DGS), divulgado na terça-feira,  66% da população já tinha o esquema vacinal completo até ao passado domingo.

Marta Temido admite Conselho de Ministros extraordinário esta sexta-feira para decidir alívio de medidas

A meta dos 70% de população completamente vacinada estava associada à passagem para a segunda das três fases de desconfinamento do plano elaborado pelo Governo, ainda antes da chegada da variante Delta ter baralhado os números. Marta Temido adiantou que poderá realizar-se uma reunião do Conselho de Ministros extraordinário esta sexta-feira para se decidir que medidas de alívio previstas, como o aumento da lotação de restaurantes e de espectáculos, poderão avançar ou não, mas avisou que chegar a este patamar na vacinação não basta.

É necessário, acentuou, ter em conta outros indicadores, como o índice de transmissibilidade, a incidência cumulativa a 14 dias e os internamentos hospitalares, dados que estão estão incluídos no relatório de monitorização das linhas vermelhas da DGS e do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge, que será divulgado na sexta-feira.

Se, entretanto, as próximas metas de vacinação da população forem atingidas mais cedo do que estava previsto, o Governo estará disponível para ir avançando com o levantamento das medidas restritivas, mas a ministra repetiu que será sempre necessário olhar para os outros indicadores, lembrando que as metas da vacinação foram definidas pela Comissão Europeia antes do surgimento da variante Delta.

“Tínhamos fixado a meta de 85% da vacinação para o final de Setembro. Naturalmente que estamos a verificar que está a ser possível atingir metas mais cedo do que aquilo que era previsto e, se assim for e a situação evoluir favoravelmente, olharemos para a realidade. As restrições foram sempre proporcionais à situação que enfrentávamos e, portanto, se pudermos avançar para um alívio, fá-lo-emos”, afirmou.​

O aumento da lotação nos restaurantes e em espectáculos, casamentos e baptizados, o fim da necessidade de marcação prévia para atendimento nos serviços públicos são algumas destas medidas, tal como o uso obrigatório de máscara na rua. Mas a governante notou que a questão das máscaras é “diferente”, recordando que a norma ainda em vigor é da responsabilidade da “Assembleia da República e compete à Assembleia da República proceder a essa reapreciação”.

Quanto à terceira dose de vacinas, explicou que Portugal está a aguardar as recomendações da Agência Europeia de Medicamentos (EMA, na sigla em inglês) para decidir se é ou não necessário avançar nesse sentido. Mas enfatizou que concorda com a Organização Mundial de Saúde  - que não se tem cansado de repetir que apenas estaremos protegidos contra a infecção quando toda a população mundial estiver protegida. 

“Não há dúvida nenhuma de que só conseguiremos vencer este problema em definitivo quando todos estivermos protegidos contra ele. Daí os esforços que temos tido enquanto país - no contexto dos PALOP [Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa] e enquanto Estado-membro da União Europeia nas relações com mecanismos como o Covax - para distribuir vacinas a países mais frágeis. É essencial a ideia de que ninguém estará a salvo enquanto não estivermos todos a salvo”, defendeu.

Questionada sobre a falha na cadeia de frio ocorrida no centro de vacinação do Queimódromo do Porto, a ministra explicou que as pessoas vacinadas estão a ser seguidas e que a análise de farmacovigilância vai indicar se devem ou não ser vacinadas de novo. “Apesar de as condições não terem sido as ideais, podem ainda estar no patamar de segurança”, justificou. 

com Lusa

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