Messi não revela futuro no adeus emocionado ao Barcelona

Estrela argentina despediu-se em lágrimas dos adeptos, garantindo que estava convencido da sua continuidade em Camp Nou. “Não sei se o clube fez tudo para eu ficar”, disse aos jornalistas. O PSG é apontado como o destino provável para prosseguir a carreira aos 34 anos

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Lionel Messi não ocultou as lágrimas em Camp Nou Reuters/ALBERT GEA

Apesar de toda a especulação e das notícias que garantem Lionel Messi muito próximo de assinar nos próximos dias pelo PSG de França (até já há camisolas da equipa parisiense com o seu nome nas costas), o astro argentino preferiu não falar do seu futuro este domingo, quando se despediu emocionadamente dos sócios e adeptos do Barcelona. Numa conferência de imprensa no Auditório 1899, em Camp Nou, pouco depois do meio-dia (11h em Portugal), o futebolista, em lágrimas, disse estar orgulhoso com aquilo que construiu e triste com uma partida que não desejaria e que tudo terá feito para evitar. 

“Bom dia. Não sei se vou conseguir falar. Fiquei a pensar nestes dias o que poderia dizer. A verdade é que não saiu nada, fiquei bloqueado. Isso é muito difícil para mim, depois de tantos anos e fazer minha vida aqui. Eu não estava preparado”, assegurou o jogador com a voz embargada, de fato e gravata e com toda a sua família a assistir nas primeiras cadeiras de uma plateia repleta de jornalistas e com parte dos seus antigos companheiros do plantel ao fundo da sala.

“No ano passado, estava convencido de que iria sair [quando chegou mesmo a pedir ao clube para accionar a cláusula para uma rescisão unilateral de contrato], mas este ano estava convencido que continuaria aqui, em nossa casa”, prosseguiu, relembrando a sua chegada ao clube quando era apenas um jovem de 13 anos. “Depois de 21 anos vou embora com a minha mulher e os meus três filhos catalão-argentinos. Esta é a nossa casa. Tenho de agradecer aos meus companheiros e ao pessoal do clube por tudo o que vivi.”

Messi referiu os grandes momentos que passou na Catalunha ao longo dos anos, mas também algumas coisas más. “Mas tudo isso fez-me crescer”, disse o atacante, que desejaria ter tido uma outra despedida dos adeptos. “Imaginei o meu adeus num estádio [Camp Nou] cheio”, contou, lamentando não receber uma última ovação e aplausos das bancadas. “Senti muito a falta deles durante o confinamento.”

Apesar deste “divórcio”, Messi acredita que não será o capítulo final da sua história com o Barcelona. “Espero poder voltar a este clube, de qualquer maneira. Espero poder contribuir para que este clube continue a ser o melhor do mundo”, concluiu, antes de responder a perguntas dos jornalistas, alguns deles também a esforçarem-se por controlar as emoções e que o aplaudiram de pé no final da sessão.

À insistente pergunta sobre se o Barcelona fez tudo para o manter, Messi respondeu com algumas reticências. “Não sei, o que tenho claro é que fiz todo o possível. [Joan] Laporta [presidente do emblema catalão] disse-me que não poderia fazer mais. Já ouvi muitas coisas sobre mim, mas o que sei é que fiz todo o possível para ficar”, defendeu, garantindo que o seu contrato nunca foi um problema.

“Depois de uma refeição com Laporta, fiquei convencido de que ficaria. Já tínhamos tomado a decisão. No ano passado eu não quis ficar e disse isso. Este ano eu quis, mas não consegui”, prosseguiu, insistindo que fez grandes cedências para continuar. “Tinha baixado 50% do meu contrato e tínhamos fechado um acordo. Depois disso, nada mais me foi pedido”, assegurou, sublinhando que foram divulgadas muitas coisas sobre as negociações e eventuais exigências suas que “não são verdadeiras”.

Os responsáveis do Barcelona comunicaram oficialmente na quinta-feira que o argentino não iria prosseguir a carreira no seu clube de sempre e a notícia, embora fosse uma possibilidade real, correu mundo como uma bomba. Apesar da existência de um acordo entre as partes, a difícil situação económica do clube, que lida com enormes dívidas, assim como os regulamentos da Liga espanhola que limitam a massa salarial dos clubes, foram avançados como os motivos que impossibilitaram a continuidade do jogador, face aos enormes valores que estariam em cima da mesa.

Na noite de sábado, Messi convidou para sua casa alguns ex-companheiros de equipa para uma despedida, entre os quais Sergio Busquets, Jordi Alba e Kun Aguero.

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