Nuno Melo leva moção no congresso do CDS, mas decisão sobre liderança só após autárquicas

O eurodeputado foi ás jornadas parlamentares agitar as águas, marcando terreno para a disputa da lidernça do CDS.

Foto
Nuno Melo foi às jornadas parlamentares do CDS arrasar a direcção de Francisco Rodrigues dos Santos paulo pimenta

O eurodeputado do CDS-PP, Nuno Melo, confirmou este sábado à agência Lusa que vai apresentar uma moção no próximo congresso do partido, mas a decisão de avançar para a liderança apenas só será tomada depois das eleições autárquicas, marcadas para 26 de Setembro.

Em entrevista ao Observador, o presidente da distrital de Braga do CDS anunciou que vai apresentar uma moção ao congresso do partido, que deverá realizar-se no início de 2022.

O eurodeputado confirmou esta informação à Lusa, mas questionado se assume a candidatura à liderança, Nuno Melo respondeu que o que tiver “de decidir sobre o congresso será decidido depois das autárquicas e não dependerá do resultado” dessas eleições, uma vez que “não permitem perceber o estado geral do partido”.

Com o partido a concorrer em coligação com o PSD em grande parte das autarquias do país, Nuno Melo reiterou que os resultados “não permitem avaliar” o momento que o partido esteja a viver. Por isso, uma decisão sobre concorrer à liderança do partido vai estar dependente da reflexão do próprio.

Na última segunda-feira, durante as jornadas parlamentares, o eurodeputado do CDS-PP acusou a direcção do partido de “entrincheiramento directivo” e de “atacar os seus”, e defendeu que o esforço para agregar o partido tem de partir “do topo para a base”.

“Eu começo desde logo por aquilo que eu considero que é um entrincheiramento directivo. Um partido não pode desvalorizar saída de militantes, um partido não pode estar concentrado em ajustes de contas e purgas para dentro tendo a pretensão de ser simultaneamente eficaz para fora”, afirmou, numa crítica à reacção do presidente do partido, Francisco Rodrigues dos Santos, à desfiliação de Francisco Mendes da Silva (antigo deputado), e de Luís Varela Marreiros, que foi secretário-geral adjunto do CDS.

O eurodeputado começou o seu discurso dizendo que não se tinha “na conta da oposição”, mas salientou que há “reflexões que têm de ser feitas” e que “quem não sente não é filho de boa gente” e, ao longo de cerca de 45 minutos de discurso, teceu várias críticas à direcção do CDS-PP.

“Eu vou dizer o que acho que tem de ser dito e se no final for interpretado como oposição, que seja”, salientou.

Voltando ao “entrincheiramento directivo”, Nuno Melo criticou também “quem, mandando ataca os seus, muitas vezes dos seus e os que mais se destacam”, numa altura em que “o CDS necessita de todos”, e notou que isso “debilita profundamente o partido”.

Sugerir correcção
Comentar