Centro de vacinação drive-thru abriu no Porto e tem capacidade para vacinar até 2 mil pessoas por dia

É o primeiro drive-thru de vacinação a operar no país. Está instalado no Queimódromo, junto ao Parque da Cidade, e a partir de 14 de Julho começa a receber utentes que tenham feito auto-agendamento.

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Centro de vacinação drive-thru do Queimódromo, no Porto, pode vacinar até duas mil pessoas por dia LUSA/JOSÉ COELHO

Para já o drive-thru está a funcionar num período experimental, admite Carlos Nunes, presidente do Conselho Directivo da Administração Regional de Saúde (ARS) do Norte, que visitou o local esta quinta-feira, para assinalar a respectiva abertura, na companhia do presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, do presidente do conselho de administração do Centro Hospitalar de São João, Fernando Araújo e de Luís Menezes, o CEO da Unilabs. Nesta fase, estão a ser feitos testes de organização das equipas, de funcionamento dos sistemas de informação e dos equipamentos. Os utentes, que não deverão ultrapassar os 100 até ao final desta semana e 200 no início da próxima, estão para já a ser encaminhados pelos Agrupamentos de Centros de Saúde para tomas da 2.ª dose da AstraZeneca.

No entanto, já a partir de desta quinta-feira vai ser possível fazer auto-agendamento para esta unidade de vacinação, que se junta às outras duas existentes na cidade com essa modalidade: o Centro de Vacinação do Cerco e o CVC Regimento de Transmissões do Porto. Os utentes podem começar a agendar para tomas a partir de 14 de Julho. Depois dessa data o ritmo de inoculações diárias deverá então aumentar para mais de 500. As 12 linhas de vacinação, contudo, estão preparadas para um número próximo das 2 mil tomas diárias. O utente pára junto ao posto de vacinação e é inoculado sem ter que sair do veículo, o que permite ganhos de organização e optimização, garantiu ao PÚBLICO Mónica Costa, uma das enfermeiras de serviço no local.

No primeiro dia, considerado “piloto”, estiveram 15-20 pessoas durante a manhã a ser vacinadas. Durante a tarde, o número crescia a olhos vistos. António Sá, de 71 anos, foi um dos utentes que se deslocou ao Queimódromo para ser vacinado. Falou ao PÚBLICO quando se encontrava na zona de recobro, já depois de ter recebido a 2.ª toma da AstraZeneca. A zona de recobro é uma estrutura coberta para onde os vacinados se deslocam a pé e onde aguardam 30 minutos sempre monitorizados por profissionais de saúde. O portuense estava satisfeito com o método adoptado que considera seguro e rápido, mas lamentou a demora na abertura do mesmo: “já devia ter acontecido há mais tempo”, criticando as aglomerações de pessoas junto aos centros de vacinação que têm ocorrido nos últimos dias.

Para Rui Moreira, esta unidade “vai fazer toda a diferença”, pois permite praticamente duplicar o ritmo de vacinação actual do concelho, que se cifra nas 2600 inoculações diárias. A abertura do drive-thru retira assim pressão ao sistema actualmente instalado e, sublinha o presidente da Câmara do Porto, liberta os centros de saúde para o tratamento de outras patologias.

A autarquia portuense reivindicava há meses a criação deste centro no Queimódromo. Questionado pelo PÚBLICO sobre a data escolhida para a abertura, Carlos Nunes afirma que só agora “temos um n.º de vacinas que permite ter mais pessoas a vacinar”. Em todo o caso, garante o presidente da ARS, a decisão de criar o centro apenas nesta semana é da responsabilidade da task-force da vacinação: “Não se justificaria provavelmente noutros meses anteriores porque também não tínhamos vacinas suficientes para alocar, pelo que entenderam que esta seria a altura ideal para iniciar este centro de vacinação”.

Texto editado por Pedro Sales Dias

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