União Zoófila acusa Câmara de Lisboa de mentir num outdoor

Numa denúncia feita esta terça-feira no Facebook, a União Zoófila acusa a Câmara de Lisboa de divulgar informação falsa num outdoor que anuncia a construção de um novo abrigo para cães e gatos. Para a UZ esta foi uma “estratégia abusiva” e uma “represália” à associação. Outdoor já foi retirado.

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Publicação da UZ no Facebook

A União Zoófila (UZ) acusou esta terça-feira a Câmara Municipal de Lisboa de divulgar informação falsa num outdoor colocado durante a tarde de segunda-feira perto do actual abrigo da UZ, com sede no Alto das Furnas, em Lisboa.

O cartaz anuncia um novo abrigo para cães e gatos e associa a União Zoófila e a Associação Focinhos e Bigodes à iniciativa. Porém, de acordo com a denúncia publicada na página do Facebook da associação, a informação “utiliza abusivamente o nome da União Zoófila, sem o seu consentimento, e transmite a ideia, falsa, de que foi acordada a sua relocalização, ou seja, a destruição do seu abrigo localizado em Sete Rios há 70 anos”.

Segundo a associação, que protege cerca de 600 animais, houve uma manipulação da informação, sendo esta “uma estratégia abusiva” levada a cabo pela Câmara de Lisboa. Na publicação pode ainda ler-se que o outdoor foi “uma represália à recusa da associação em assinar um protocolo de intenções com a Câmara de relocalização do seu abrigo, sem conhecer e acordar previamente as condições físicas, funcionais e jurídicas em que a relocalização teria lugar e as condições de segurança e saúde para as pessoas e para os animais do local em questão”, nomeadamente um “aterro sanitário com infra-estruturas de gás metano, lixiviados e de protecções danificadas”.

No próprio dia da colocação do cartaz, a UZ solicitou ao município a sua remoção imediata — exigência essa entretanto cumprida. Em resposta ao PÚBLICO, a Câmara de Lisboa confirma a retirada do outdoor e explica ter identificada, no âmbito do projecto do Parque Urbano do Vale do Forno, uma localização para a construção das novas instalações da UZ, frisando que, como é sabido, esta associação necessita de “melhores instalações para a prossecução da sua meritória missão”. 

“A Câmara de Lisboa tem mantido um diálogo com a UZ ao longo do tempo para serem consensualizados alguns aspectos desta solução, tendo a colocação do outdoor sido, por isso, indevida”, reconhece o município. E acrescenta que “mantém o propósito de prosseguir as conversações com a UZ para ir ao encontro das preocupações por esta associação manifestadas”. 

Face ao acontecimento desta terça-feira o Grupo Municipal do PAN solicitou à autarquia um esclarecimento “com carácter de urgência” sobre a colocação do outdoor. No requerimento apresentado pelo grupo é referido que a UZ apresentou à CML dois pedidos relativamente a apoio financeiro e cedência de espaço, pedidos que não obtiveram qualquer resposta. Por esse motivo, em Fevereiro do corrente ano o Grupo Municipal solicitou novas informações à autarquia. 

De acordo com o PAN, até ao momento não houve qualquer resposta, sendo com “enorme estupefacção” que o Grupo Municipal tomou conhecimento da colocação do outdoor.

Texto actualizado às 12h45 de dia 7 de Julho.

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