Ucrânia e Inglaterra lutam pela história

Britânicos nunca haviam ultrapassado uma eliminatória no tempo regulamentar e os ucranianos ainda estão a viver um sonho do qual não querem acordar.

Foto
Andriy Shevchenko esteve no melhor da Ucrânia como jogador e seleccionador Reuters/ALESSANDRO GAROFALO

Aconteça o que acontecer na partida deste sábado noite, em Roma (20h, SPTV1), o Euro 2020 já será memorável para a Ucrânia e Inglaterra. Mais para os eslavos que, em três participações, nunca haviam ultrapassado a fase de grupos; mas também para os britânicos que, antes do recente triunfo com a Alemanha (2-0), tinham vencido apenas uma eliminatória nesta competição e no desempate por penáltis.

A história do futebol inglês no campeonato continental de selecções tem sido, quase invariavelmente, um acumular de fracassos. A equipa alcançou o seu melhor registo na edição de 1968 (falhara as duas primeiras), ainda no rescaldo do inédito triunfo no Mundial de 1966, organizado em casa.

Na altura não existia fase de grupos e os participantes (qualificavam-se apenas quatro) iniciavam o torneio logo nas meias-finais. A Inglaterra perdeu o seu jogo frente à antiga Jugoslávia (0-1) acabando por bater a URSS (2-0) na atribuição do terceiro e quarto lugares. Foi o pináculo do conjunto dos “Três Leões” no torneio até hoje.

Regressaria no Euro 1980, a primeira edição com fase de grupos, mas não avançou na prova, tal como em 1988 e em 1992 (não se tendo apurado em 1984). Em 1996, ano em recebeu a competição, disputou duas eliminatórias, afastando a Espanha nos quartos-de-final no desempate por grandes penalidades, e acabando por abandonar da mesma forma nas meias-finais, batida pela Alemanha.

Em 2000, voltou a ficar pela fase de grupos e em 2004, em Portugal, foi eliminada pela selecção nacional nos quartos-de-final, num encontro intenso, decidido também da marca dos 11 metros. Os penáltis voltariam a contrariar as ambições inglesas no Euro 2012 (não se tinham qualificado para o Euro 2008), onde foram afastados pela Itália novamente nos quartos-de-final.

Em 2016, com o aumento para 24 do número de participantes, atingiu os oitavos-de-final para cair frente à estreante Islândia no tempo regulamentar (2-1). Contas feitas, exceptuando o tal jogo de atribuição da “medalha de bronze” em 1968, onde participaram apenas quatro selecções, o triunfo frente aos poderosos alemães no tempo regulamentar terá sido o maior feito da Inglaterra na prova.

Já a Ucrânia, vive um sonho que poucos julgariam possível quando encerrou a fase de grupos com um triunfo (frente à fraca Macedónia do Norte) e duas derrotas. E o triunfo nos quartos-de-final frente à Suécia (2-1, após prolongamento) trouxe recordações do melhor que a equipa já fez.

Foi exactamente a defrontar os nórdicos que a equipa agora orientada por Andriy Shevchenko conseguira o único triunfo em fases finais do torneio continental, antes da actual edição. Foi na estreia em 2012, quando venceu os suecos precisamente por 2-1, na fase de grupos, com golos do seu actual seleccionador. O pior veio depois, com as derrotas frente à França (2-0) e, coincidência das coincidências, com a Inglaterra (1-0).

Sugerir correcção
Comentar