PS vai concorrer sozinho em 95% dos concelhos e integra seis coligações nas autárquicas

Socialistas apresentaram o perfil dos candidatos.

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José Luís Carneiro Daniel Rocha

O PS anunciou nesta quinta-feira que vai concorrer sozinho nas próximas eleições autárquicas em 95% dos municípios, integrará seis coligações e vai apoiar grupos de cidadãos em oito concelhos, apresentando 51 candidatos independentes a presidências de câmaras.

Segundo o secretário-geral adjunto do PS, José Luís Carneiro, os socialistas vão concorrer em coligação nos municípios de Aveiro, Cascais, Funchal, Maia, Felgueiras e Penafiel, tendo como objectivo eleitoral nacional manter as presidências das associações Nacional dos Municípios Portugueses (ANMP) e de Freguesias (ANAFRE).

“Queremos continuar a ser o partido maioritário nas câmaras e nas freguesias”, referiu.

Numa sessão em que a direcção dos socialistas apresentou as linhas gerais do seu programa político e o perfil dos candidatos que vão concorrer nos diferentes municípios, os dados quantitativos de quem concorre a presidências de câmaras foram primeiro divulgados pela secretária nacional do PS para as autarquias, Maria da Luz Rosinha.

Maria da Luz Rosinha disse que o PS já fechou os processos autárquicos de escolha de candidatos a presidentes em 302 concelhos e ainda não definiu em seis dos 308 municípios - um ponto que o secretário-geral adjunto dos socialistas não quis depois detalhar, alegando razões de estratégia eleitoral.

Nas próximas eleições autárquicas, o PS vai recandidatar 134 dos seus actuais presidentes de câmaras, 44,4% do total.

Em relação ao perfil dos restantes candidatos que não são presidentes de câmaras, 16 são deputados (5,3%), 70 desempenham cargos autárquicos (23,2%), e 82% não têm qualquer atividade política - um dado que foi depois salientado por José Luís Carneiro, defendendo que se trata de um reflexo “da abertura do PS à sociedade civil”.

Em termos de paridade, no que respeita a candidaturas a presidências de câmaras, José Luís Carneiro reconheceu a existência de “obstáculos de ordem económica, social e cultural” no caminho para a plena igualdade de género. Antes, Maria da Luz Rosinha tinha apontado “uma evolução positiva” dos socialistas em relação a esta temática.

De acordo com a secretária nacional do PS para as autarquias, nas eleições de 2013 o seu partido apresentou 29 candidatas, das quais 13 foram eleitas - número que subiu para 42 no ato eleitoral de 2017, com a eleição de 18 mulheres.

Nas próximas eleições autárquicas, o PS vai apresentar 44 candidatas a presidentes de câmara, das quais 16 são recandidatas.

No que concerne às idades dos candidatos a presidentes de câmaras pelo PS, a média é de 52,5 anos, tendo 62,5% até aos 55 anos. Já no que respeita a habilitações literárias, 65,8% têm mais do que a licenciatura, 10,2% possuem mestrado e 3,4% doutoramento.

"Gestão transparente"

O secretário-geral adjunto do PS afirmou ainda que os candidatos autárquicos socialistas comprometem-se contribuir para uma qualificação da vida democrática, promovendo uma gestão transparente e com maior prestação de contas na utilização dos recursos públicos.

Depois de Rui Pena Pires ter falado em solidariedade das políticas de âmbito nacional com os autarcas socialistas eleitos, o “número dois” da direcção do PS acentuou a seguir um conjunto de questões de ordem ético-política, falando nos aspectos relativos “à qualidade da vida democrática local”.

“Queremos garantir que os cidadãos participam na elaboração dos compromissos locais e garantir que os cidadãos têm mecanismos e instrumentos de proceder ao escrutínio sobre o modo como os recursos públicos são aplicados”, disse.

O secretário-geral adjunto do PS declarou ainda que o seu partido “quer uma cultura de maior transparência e de maior prestação de contas”.

“O que significa que os nossos autarcas assumem o compromisso de contribuírem para a qualificação da vida democrática”, frisou, antes de ser interrogado sobre o impacto do caso relativo à partilha de dados pessoais de manifestantes com embaixadas estrangeiras, como aconteceu na Câmara Municipal de Lisboa, presidida pelo dirigente socialista Fernando Medina.

Sem comentar este caso de violação de dados pessoais, José Luís Carneiro colocou no entanto uma pergunta: “Algum dos munícipes conhece alguma proposta do PSD para a Câmara de Lisboa?”

“Se forem capazes de responder a esta pergunta podemos depois partir para uma discussão política mais séria sobre a candidatura do PSD à Câmara de Lisboa”, reagiu.

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