SNS volta a requisitar hospitais privados para internar doentes

Jovens ingleses são os mais atingidos pelas infecções em Albufeira. O presidente da Câmara Albufeira não prevê “um Verão muito agradável”.

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Em Albufeira registaram-se esta segunda-feira oito jovens infectados, seis dos quais são ingleses e dois portugueses Rui Gaudêncio

A ponte dos feriados do 10 de Junho e dos Santos Populares pode servir para justificar o aumento de casos covid-19 no Algarve, mas a abertura do corredor aéreo ao mercado britânico também terá a sua quota-parte no agravamento da situação pandémica na região. O Centro Hospitalar Universitário do Algarve (CHUA) voltou a requisitar unidades privadas de saúde para enfrentar uma eventual quarta vaga de infecções.

“Estamos preparados, como estivemos, no pico da pandemia”, disse ao PÚBLICO o administrador do CHUA, Paulo Neves, adiantando que a meio da semana passada foi reaberto a Hospital de Stª Maria (grupo Lusíadas Saúde), em Faro, para internamento de doentes não-covid. O mesmo sucedeu há cerca de duas semanas com o Hospital São Gonçalo (Hospitais Particulares do Algarve-HPA), em Lagos, cujo 1.º piso está reservado para doentes do CHUA.

Os hospitais de Faro e Portimão, sob administração do CHUA, na fase mais aguda da doença, chegaram a internar 273 doentes no passado dia 5 de Fevereiro. Os dois hospitais dispõem de uma capacidade de mil camas para internamentos. A variante Delta, disse o presidente da Câmara de Albufeira, José Carlos Rolo, pode vir a comprometer a próxima época balnear: Não prevejo um Verão muito agradável”, disse. 

Neste concelho turístico, adiantou, registaram-se esta segunda-feira oito jovens infectados, seis dos quais são ingleses e dois portugueses. Na ponte do 10 de Junho e Santos Populares, estima o autarca, o número de turistas deve ter duplicado a população de residentes permanentes, que é de 42 mil pessoas. Os números são justificados pelo aumento do volume de lixo recolhido.

A directora regional de saúde pública, Ana Cristina Guerreiro, por seu lado, na passava sexta-feira, confirmou o avanço da doença na região, nomeadamente entre os elementos da comunidade estrangeira. Dos 456 casos de infecção registados nos últimos 15 dias, afirmou, 34% são de nacionalidade estrangeira, residentes e turistas.

“Se queremos ter turismo, temos de acelerar a vacinação”, defende o autarca, admitindo estar “preocupando” com um eventual corte das liberdades individuais imposto a residentes e turistas, já a partir da próxima resolução do conselho de ministros. O concelho de Albufeira já conta mais 300 casos de infecção por 100 mil habitantes.

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