Depois do campeão europeu, a Hungria testa o campeão do mundo

Novamente com um estádio cheio em Budapeste, a selecção magiar não deve alterar a estratégia apresentada contra Portugal para defrontar uma moralizada França.

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LUSA/Tamas Kovacs

Quatro dias depois de resistir durante 84 minutos ao campeão Europeu, neste sábado, a partir das 14h (SPTV1), novamente num Puskás Arena muito perto da lotação máxima, a Hungria vai testar a paciência do campeão do mundo. Muito elogiada no seu país pela forma como dificultou a estreia de Portugal no Euro 2020, a selecção magiar deverá repetir a estratégia de contenção e de risco zero na segunda jornada o Grupo F, contra uma França moralizada. Após a boa exibição em Munique, Didier Deschamps deverá quebrar uma regra sua e repetir o mesmo “onze”.

A estreia terminou com um desaire por números claros (0-3) frente a Portugal, o que colocou um ponto final numa sequência de 11 jogos sem qualquer derrota, mas a Hungria não vai regressar esta tarde ao Puskás Arena com a sua auto-estima muito abalada. Ter resistido aos campeões europeus quase até ao fim no primeiro jogo foi, para os húngaros, uma pequena vitória e, sem muitas soluções de qualidade ao seu dispor, o italiano Marco Rossi dificilmente terá preparado um “plano B” para tentar surpreender os franceses.

Com um esquema de 3x4x1x2 bem trabalhado nos últimos meses, o técnico italiano que comanda a Hungria vai apresentar o mesmo plano de jogo, podendo fazer uma ou duas alterações pontuais – o parisiense Loic Négo, jogador formado no Nantes, pode ser uma das novidades no meio-campo magiar.

Com cidadania húngara desde 2019, Négo disse ontem que “jogar contra uma equipa tão forte como Portugal, com tantos jogadores que se destacam, foi uma excelente forma” de os húngaros se “desafiarem e poderem mostrar que não” são “apenas jogadores ditos ‘pequenos'” e, antevendo o confronto contra o país onde nasceu, previu que será algo “indescritível”.

“É excepcional, especialmente para minha família e os meus amigos. Estar em campo contra a França será emocionante. Mas uma vez que soar o apito, tudo é esquecido e colocado de lado.”

Para Deschamps, a preparação da partida não deve ter sido difícil. Se Fernando Santos não foi surpreendido pela estratégia húngara no primeiro jogo, o seleccionador francês terá a partida do seu rival contra Portugal como referência.

Num duelo em que a equipa de Rossi voltará a apresentar as suas linhas muito recuadas e poucos riscos ofensivos, Deschamps pode quebrar uma regra que tem mantido desde que é seleccionador gaulês: nunca repetiu um “onze” entre a primeira e a segunda partida de uma fase final.

Em Munique, contra a Alemanha, os campeões do mundo apresentaram-se em 4x3x3, com N’Golo Kanté a garantir a segurança defensiva, e Rabiot e Pogbá mais avançados no triângulo a meio-campo. Depois, na frente, o regresso de Benzema dá à equipa a presença na área que jogadores com a qualidade de Mbappé e Griezmann pedem.

Nesta sexta-feira, já em Budapeste, Deschamps reconheceu alguns problemas nas laterais da defesa - “Lucas Hernandez teve um pequeno problema antes do primeiro jogo”; Benjamin Pavard sofreu um choque, mas sem consequências” -, mas garantiu que não está preocupado com “a disponibilidade desses dois jogadores”: “Temos a possibilidade de nos classificarmos nesta segunda partida. Este é o primeiro objectivo. Não me preparei para este jogo com o terceiro [contra Portugal] em mente.”

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