UE vai pagar fiança a líder da oposição da Geórgia

A crise política está instalada desde as eleições legislativas de Outubro, cujos resultados foram fortemente contestados pela oposição e pela população.

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Tbilisi, capital da Georgia ZURAB KURTSIKIDZE/LUSA

A União Europeia anunciou este sábado que vai pagar a fiança do líder da oposição da Geórgia, Nika Melia, abrindo o caminho para a sua libertação e para o fim da crise política no país. Melia foi detido em Fevereiro numa violenta operação policial na sede do partido que dirige, o Movimento Nacional Unido (MNU).

“Hoje, uma fiança no valor de 40 mil GEL (perto de 10 mil euros) foi enviada para permitir a libertação de Melia da detenção preventiva”, disse a delegação da UE na Geórgia numa declaração, onde refere a importância da libertação de Melia “para terminar com a crise política na Geórgia”, cita o jornal  The Guardian.

Mas ainda não se sabe quando será libertado. Melia “espera desenvolvimentos do gabinete do procurador”, disse o seu advogado, Giorgi Kondakhishvili, ouvido pelo mesmo diário.

À detenção de Melia seguiu-se a prisão preventiva, depois de ter recusado pagar uma fiança de valor elevado antes do julgamento, num caso relacionado com as manifestações contra a eleição do Governo em 2019 e com acusações de incitar à “violência em massa”.

Com a sua libertação, espera-se que termine a crise política que atingiu a ex-república soviética desde as eleições legislativas de Outubro, ganhas pelo Sonho Georgiano, mas contestadas pela oposição e pela população, sob acusações de fraude. Em boicote, os deputados eleitos pelo MNU e de outros partidos da oposição mais pequenos recusaram-se a ocupar os seus lugares.

Melia estava unir a oposição tradicionalmente dividida do país depois das eleições, reunindo vários partidos contra a liderança do Sonho Georgiano.

No mês passado, o seu partido recusou-se a assinar o acordo negociado pela UE e assinado pelo partido no poder e pela maioria dos partidos da oposição, referindo que só assinaria quando Melia fosse libertado da prisão.

Em Março, o presidente do Conselho Europeu, Charles Michael, iniciara as discussões entre os partidos. Segundo o acordo, o partido da governação comprometer-se-ia a pôr em prática reformas judiciais, eleitorais e políticas.

Mas um mês depois, o MNU voltou a ameaçar o pacto, garantindo que não assinará o acordo e prometendo organizar manifestações contra o Governo.

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