Atentado junto a escola em Cabul mata pelo menos 55 pessoas

Ataque acontece no mesmo dia em que é anunciada a morte de 250 taliban em 24 horas de combates.

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Najiba Arian, porta-voz do Ministério da Educação, confirma que os feridos são na sua maioria estudantes do sexo feminino. HEDAYATULLAH AMID/Epa

Uma série de explosões atingiu neste sábado centenas de estudantes que acabavam de sair das aulas numa escola para raparigas num bairro de maioria xiita em Cabul, a capital afegã, matando pelo menos 55 pessoas e ferindo outras 150. As explosões foram causadas pela detonação de um carro-bomba e de morteiros que se encontravam no veículo.

A maioria das vítimas são adolescentes que frequentavam a escola Sayed ul Shuhada, segundo confirmou à Reuters uma fonte oficial do Ministério do Interior afegão. Por sua vez, o Ministério da Saúde indica que o número de mortos ainda pode aumentar.

Cabul tem estado em alerta máximo desde que Washington anunciou, em Abril, a retirada de todas as tropas americanas do país até ao próximo dia 11 de Setembro. As autoridades afegãs antecipam um aumento das acções armadas dos taliban à medida que o contingente internacional vai abandonando o território.

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No entanto, ainda nenhum grupo assumiu a responsabilidade pelo ataque deste sábado. O porta-voz dos taliban, Zabihullah Mujahid, negou o envolvimento do grupo e condenou mesmo o atentado. A acção acontece contudo numa zona de Cabul que tem sido frequentemente atacada por militantes do Estado Islâmico, outro movimento suspeito da autoria do massacre.

Taliban sofrem maiores baixas dos últimos dois anos

Também de sábado é a notícia de que pelo menos 250 taliban morreram e 106 ficaram feridos nas 24 horas anteriores em combates com tropas afegãs em nove das 34 províncias do país, o maior número de baixas sofridas pelo grupo extremista num só dia nos últimos dois anos.

Foram igualmente confiscadas armas e neutralizadas minas terrestres colocadas em várias estradas, anunciaram as forças armadas afegãs.

Os combates, que se intensificaram ao longo dos últimos dias, centram-se sobretudo nas províncias de Helmand e Kandahar. Segundo Yasin Zia, ministro interino da Defesa, mais de mil combatentes taliban foram mortos ao longo da última semana, “entre os quais alguns comandantes importantes do grupo”.

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