Nuno Borges mantém uma boa relação com as estreias

Nova vitória na primeira vez em que compete num torneio do ATP Tour abre novos horizontes ao maiato no Estoril Open.

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Borges em acção no Estoril DR

Em poucos dias, Nuno Borges colocou um visto em quatro momentos importantes na carreira. A primeira presença num torneio do circuito ATP, a primeira vitória no qualifying, a primeira entrada no quadro principal e, nesta segunda-feira, a primeira vitória entre os melhores do Estoril Open. Aos 24 anos, o tenista da Maia parece ter sido fadado para estreias. E, a este ritmo, ainda terá muitas a acrescentar ao currículo.

Profissional desde 2013, 27 anos, actual 61.º do ranking ATP (a melhor posição da carreira foi alcançada em 2019, um 43.º lugar) e uma improvável vitória sobre o então líder da hierarquia Andy Murray, em 2017, no Queen’s Club. Não é uma biografia estratosférica, a do australiano Jordan Thompson, mas já impõe respeito. Especialmente frente a um novato nestas andanças. 

Mas Nuno Borges não é de se deixar intimidar. Nem quando as coisas começam a correr-lhe a contragosto. Apesar de um início de encontro um tanto inconstante, em que teve de enfrentar uma desvantagem de 1-4, depois de ter sofrido dois breaks, o português conseguiu recuperar e quebrar o adversário, pela segunda vez, no sétimo jogo, restabelecendo a igualdade logo a seguir (4-4).

Com a decisão do set inicial a resvalar para o tie-break, o jovem campeão nacional não perdeu a oportunidade de, no terceiro set point de que dispôs, se colocar em vantagem no marcador.

Vencida a primeira contrariedade, outra se seguiria, quando a segunda partida foi interrompida a 3-2 para Nuno Borges receber assistência médica, devido a uma dor no joelho direito. Ainda assim, o primeiro break surgiu no sexto jogo (4-2), favorável ao português, que confirmou a liderança no jogo seguinte.

Havia ainda algum sofrimento reservado para a recta final, com o tenista da Maia a deixar escapar dois match-points. Mas, uma vez mais, não esmoreceu e fechou as contas ao fim de 1h50m, com 7-6 (7-5) e 6-3.

“Hoje, senti mais o momento do que noutros dias. Ele causou-me outros problemas, apesar de ele não ser um jogador típico de terra batida, causou-me mais desconforto. Foram todos os jogos muito peculiares e desafiantes, ao ponto de ter de jogar o meu melhor ténis para sair por cima”, resumiu Nuno Borges, que aproveitou para explicar que a carga destes últimos dias sobrecarregou um joelho que já lhe tem dado problemas.

Ainda a “assimilar” o momento que está a viver - “Tenho de aproveitar enquanto aqui estou, quero jogar mais jogos destes” -, Nuno Borges fica agora à espera do desfecho do encontro entre o jovem espanhol Carlos Alcaraz, de 17 anos (120.º do ranking), e o croata Marin Cilic (42.º), campeão do Open dos Estados Unidos em 2014, para ficar a conhecer o próximo adversário.

Preferências acerca do rival? “Talvez o Cilic, por tudo o que já fez, mas o Carlos também seria um grande desafio, está a jogar muito bem. Pode vir a ser um top mundial... Vou desfrutar ao máximo”.

Na terça-feira, é dia de estreia de João Sousa no quadro de singulares, depois de nesta segunda-feira ter alinhado ao lado de Cameron Norrie na ronda inaugural de pares. A dupla luso-britânica começou melhor o encontro frente ao par terceiro cabeça de série, formado por Austin Krajicek e Oliver Marach, mas acabou por ceder ao cabo de 1h50m, com os parciais de 7-6 (7/4) 4-6 e 9-11. 

Curiosamente, será o companheiro desta tarde, Cameron Norrie, o adversário de amanhã (não antes das 13h) do número um português, que vem de uma presença nos 16 avos-de-final do ATP 250 de Belgrado, fase para qual foi repescado como lucky loser, sendo eliminado pelo japonês Taro Daniel.  

No court 3, uma dupla 100% made in Portugal, constituída por Pedro Sousa e Frederico Silva, entra em cena para medir forças com os norte-americanos Nicholas Monroe e Frances Tiafoe.
 

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