Com “equipas do melhor que pode existir”, vai começar o Sail GP

O início da primeira de oito etapas do circuito de vela com os velozes F50 foi antecipado para esta sexta-feira nas Bermudas. Renato Conde será uma das peças importantes da equipa dinamarquesa.

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O F50 dinamarquês nas Bermudas DR

Os barcos são os modernos catamarãs que foram usados na 35.ª Americas Cup (AC), realizada em 2017, mas muito melhorados e, nas tripulações, vão estar alguns dos principais nomes da vela mundial. Nesta sexta-feira, nas Bermudas, arranca a segunda temporada do Sail GP, competição que contará com “equipas do melhor que pode existir”.

No total, serão oito etapas que vão decorrer durante os próximos onze meses e que vão passar por locais tão distintos como as Bermudas, Saint-Tropez, Christchurch ou São Francisco, e, à frente das oito equipas, vão estar nomes que dispensam apresentações na vela, como Ben Ainslie, Jimmy Spithill, Peter Burling, Tom Slingsby ou Nathan Outteridge.

A segunda época do Sail GP tem início nesta sexta-feira nas Bermudas - o arranque foi antecipado em 24 horas devido às previsões de vento -, com os velejadores a competirem nos catamarãs F50 de última geração, barcos capazes de atingirem velocidades superiores a 50 nós (mais de 90 km/h).

Depois de ter estado com a Ineos Team UK na 36.ª AC, prova “onde é necessário uma quantidade monetária gigante para participar”, Renato Conde admite que no Sail GP está a viver “uma experiência única”, num projecto onde estão “oito equipas que são do melhor que pode existir”.

Embora tenha colaborado com os britânicos na AC, o aveirense diz que no Sail GP voltará a estar na equipa que considera a sua “casa”: “Considero os dinamarqueses, com quem trabalho há 11 anos, a minha equipa. Fiquei extremamente feliz por terem-me chamado mais uma vez de volta. Podia ter continuado com a Ineos, mas se fosse para me juntar a este circuito, seria com a Dinamarca.”

Numa competição “considerada de altíssimo risco”, uma vez que teremos os oito F50 “numa largada e num percurso extremamente pequeno”, o que significa que “quem falhar, para além da penalidade, fica sem barco”, Renato Conde terá na embarcação dinamarquesa liderada por Nicolai Sehested a responsabilidade de zelar pela “segurança na água da equipa”. “Durante o dia estou no barco de apoio e tudo o que é segurança individual e do barco é comigo.”

Habituado a trabalhar na elite da vela e com o que de mais moderno existe na navegação, Renato Conde explica que os barcos do Sail GP “são extremamente exigentes”.

“São one design. É tudo igual para toda a gente. A igualdade que vai existir neste circuito é única na vela. O engenheiro que faz uma coisa num barco, faz igual nos outros sete. Não há qualquer diferença nos foils, nos lemes, nos mastros, nas afinações e depois vão estar a bordo os melhores nomes que existem da vela mundial.”

Num “circuito extremamente caro para ser verdade”, o aveirense explica que os catamarãs que vão ser utilizados “estão mais rápidos, mais eficazes, mais efectivos do que os barcos” que velejaram na AC em 2017, e, com três asas diferentes, com 18, 24 e 29 metros, para preencher todo o alcance de vento possível, começam a ‘foilar’ com 4 ou 5 nós de vento, e o Russell Coutts [CEO do Sail GP] quer que os barcos compitam com 30 nós de vento”.

Sobre os favoritos, Renato Conde diz que “o Ben [Ainslie], a equipa inglesa, está bastante bem” - “É a mesma equipa que esteve nas competições anteriores e conhecem bem este tipo de barcos”, mas, “nesta altura inicial”, a aposta do português recai nos australianos. No entanto, “os detalhes vão fazer uma diferença gigantesca”.

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