Neozelandeses reconquistam a America’s Cup

Quatro anos depois de ganhar nas Bermudas, a Emirates Team New Zealand venceu a 36ª edição da America’s Cup após derrotar os italianos Luna Rossa, por 7-3.

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Trevor Mallard
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Era favorito e, apesar da boa réplica do challenger Luna Rossa Prada Pirelli Team, reconquistou a mais antiga competição do mundo. Na madrugada desta quarta-feira, o AC75 da Emirates Team New Zealand precisava de vencer apenas uma regata para garantir a conquista da 36.ª edição da America's Cup (AC) e, na baía de Waitemata, em Auckland, foi isso que aconteceu. 

É uma competição sem igual no mundo da vela em termos de prestígio e magnitude, e, em tempos de pandemia, a conclusão da 36.ª AC teve direito a aglomerações e festejos sem restrições por parte dos milhares de adeptos que acompanharam na cidade neozelandesa o último dia da prova.

Na Nova Zelândia, a luta pela vitória na AC iniciou-se com a Prada Cup, prova que apurou o challenger que desafiou o vencedor da última edição, disputada em 2017 nas Bermudas, e, embora o Luna Rossa, de Francesco Bruni e Jimmy Spithill, tenha assustado os neozelandeses, ao vencer três das primeiras cinco regatas, no final a qualidade da equipa comandada por Peter Burling e Glenn Ashby fez a diferença.

Com um total de 7-3 em regatas, os neozelandeses levantaram a mítica Auld Mug pela quarta vez em 170 anos de história da competição, algo que não surpreendeu Rodrigo Moreira Rato que, em declarações ao PÚBLICO, considera que a Team New Zealand “confirmou o favoritismo” e pode ter beneficiado da “falta de competição” – os italianos começaram a competir em Dezembro -, o que lhe deu uma “maior margem de progressão” durante a prova.

No entanto, o responsável pela plataforma LX Sailing, refere que o segredo do sucesso neozelandês está no projecto sólido que tem. Mesmo tendo “um orçamento que era metade de outras”, a Team New Zealand soube “jogar com as regras e, tendo menos dinheiro, procurou fazer sempre tudo certo à primeira”.

“Isso é cíclico na história dos neozelandeses”, considera este especialista em vela, que sublinha que “o exemplo neozelandês devia ser falado”. “Eles têm um conjunto de marcas que estão com eles há muitos anos e isso prova que é fundamental ter parceiros a longo prazo, mas, também, que as equipas maximizem e potencializem todas as oportunidades para dar destaque a essas marcas. E, nisso, nunca há uma falha por parte deles.”

Lembrando que o projecto neozelandês tem “consistência nos recursos humanos e no apoio ao longo dos anos”, Rodrigo Moreira Rato recorda que “a Nova Zelândia tem metade da população portuguesa” e que se Portugal está “na ponta da Europa, eles estão na ponta do Mundo”.

Com “uma lição enorme a aprender para todos”, o responsável pela LX Sailing faz um paralelismo com o que se passa no nosso país, pegando na mais recente proeza da vela portuguesa: “É inadmissível que uma equipa de vela, no dia a seguir a apurar-se para os Jogos Olímpicos e a ser vice-campeã do Mundo, não tenha um barco para treinar. Este caso é paradigmático. O Diogo e o Pedro Costa, na minha opinião, não podem estar a perder um segundo do tempo deles com estes problemas. São vice-campeões do mundo e nem sabem se têm barco para treinar. Não faz sentido. Infelizmente, o nosso desporto vive da paixão dos nossos atletas que são heróis.”

Quanto ao futuro da America´s Cup, Moreira Rato diz que o enorme sucesso que o AC75 teve – “ficaram todos impressionados com o potencial de evolução incrível que o barco tem” -, deve atrair novas equipas para a 37.ª edição, como os suecos Artemis ou os suíços Alinghi.

Com a entrada de novos challengers e a reformulação das equipas, haverá também mais oportunidades para portugueses terem um papel importante na competição: “O Renato Conde e o Kiko Azevedo estiveram com a Team UK, o João Ganilho no Luna Rossa e o Miguel Allen, que é jovem, foi um dos árbitros. Isto mostra que temos qualidade, mas há mais que podem entrar, como é o caso do João Cabeçadas, que é uma voz importante na equipa Alinghi.”

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