Marcelo Rebelo de Sousa: “O SNS foi, uma vez mais, crucial”

Faz um ano que se iniciaram as reuniões entre peritos, políticos e parceiros sociais no Infarmed.

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Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente da República LUSA/MANUEL DE ALMEIDA

O Presidente da República considera que as reuniões do Infarmed, que juntam especialistas, líderes políticos e parceiros sociais, são realizadas “num quadro político e institucional sem paralelo em qualquer outra experiência externa”. Marcelo Rebelo de Sousa defende também que, ao longo deste ano, “o SNS foi, uma vez mais, crucial”.

Numa entrevista que simbolicamente concedeu à publicação Infarmed Notícias, disponível hoje no site da Autoridade Nacional do Medicamento, a propósito da passagem de um ano sobre as reuniões no Infarmed, no dia 24 de Março, Marcelo Rebelo de Sousa salientou a importância destes encontros, onde é debatida a situação epidemiológica da pandemia de covid-19 em Portugal.

“Estas reuniões tiveram, e ainda têm, a mais-valia de concitar saberes e leituras de especialistas de variadas áreas, num mesmo momento de exposição e reflexão”, e de reunir o chefe de Estado, o presidente da Assembleia da República, primeiro-ministro e mais governantes, líderes partidários e parlamentares e parceiros económicos e sociais, “num quadro político e institucional sem paralelo em qualquer outra experiência externa”, salienta.

Para o Chefe de Estado, as reuniões que se realizam na sede do Infarmed, em Lisboa, constituem “um momento privilegiado (...) com oportunidade de se colocarem e esclarecerem dúvidas, e que por certo contribui para tomada de decisões colectivas muito relevantes”.

Destacou também o papel da Autoridade Nacional do Medicamento, afirmando que “tudo fez para poder dar resposta a exigências trazidas pela pandemia, com necessidade de certificar novos dispositivos médicos e medicamentos em prazos breves, tendo-o feito sem questionar a qualidade do trabalho que desenvolve”.

Na entrevista, o Presidente da República fala de todos os que têm estado envolvidos na luta contra a covid-19, nomeadamente dos profissionais de saúde, da comunidade científica e das instituições.

“Por inúmeras vezes (...) Portugal já demonstrou que o rigor e qualidade do trabalho desenvolvido pelas nossas instituições e pelos nossos cientistas não só em nada é inferior aos demais países, como, com frequência crescente, tem enorme prestígio internacional”, salienta.

Enalteceu ainda o trabalho desenvolvido pelos diferentes profissionais de saúde, que diz ser “motivo de grande orgulho”.

“Perante um momento de tamanha adversidade conseguiram ser resilientes, reorganizarem-se para prestarem os melhores cuidados de saúde a cada um dos cidadãos, atingidos ou não com covid-19 (...). Numa palavra, o SNS foi, uma vez mais, crucial”, sustenta.

Sobre o processo de vacinação, diz que decorre com “a flexibilidade compatível” com a falta de vacinas, esperando que, “num futuro breve” esta limitação seja ultrapassada.

“Numa palavra, contra ventos e marés, chegaremos à meta definida, tão essencial para a vida e a saúde, e para os desafios económicos e sociais a todos nós”, remata.

Desafiado a deixar uma mensagem aos portugueses para que Portugal encontre o caminho que trilhava antes da epidemia, Marcelo Rebelo de Sousa defende que “é desejável” que todos tenham a noção de que, “mesmo quando a situação se alterar”, o contributo de cada um terá de ser outro.

“A todos irá ser pedido que se pense e actue de modo diferente, que nos adaptemos à nova realidade, mas que tenhamos esperança, e, mais do que isso, confiança na construção do nosso futuro”, salienta.

À pergunta “se pudesse escolher a sua maior ambição para a caminhada que agora recomeçou”, afirmou: “Que Portugal se mantenha na rota da democracia, e seja mais ambicioso perante os desafios de ser menos desigual, mais coeso, mais justo, e, para isso, mais competitivo, mais forte economicamente, e, portanto, mais resiliente e preparado para as adversidades com que se defrontará”.

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