Maria Matos retoma ciclo com Cais Sodré Funk Connection e Paulo de Carvalho

O ciclo Produtores Associados no Teatro Maria Matos, em Lisboa, é retomado na próxima segunda-feira com o espectáculo Cais Sodré Funk Connection convidam Paulo de Carvalho. Às 20h.

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Os Cais Sodré Funk Connection com Paulo de Carvalho PEDRO PINA

À terceira é de vez: o espectáculo que junta, em palco, os Cais Sodré Funk Connection com Paulo de Carvalho por convidado estreia-se finalmente na próxima segunda-feira 19 de Abril. Esteve marcado para 30 de Novembro de 2020 e depois para 19 de Janeiro de 2021, mas foi sendo adiado devido aos constrangimentos ditados pela pandemia. A nova data, mantendo as precauções sanitárias na luta contra a covid-19, foi finalmente marcada para 19 de Abril, às 20h, no palco do Teatro Maria Matos, em Lisboa.

Os temas serão, na sua maioria dos Cais Sodré Funk Connection (CSFC), mas há pelo menos cinco que serão de Paulo de Carvalho, com arranjos dos CSFC. O encontro do grupo com o cantor deu-se pela primeira vez em 2020. “Foi por ocasião do Eléctrico, que fizemos o ano passado com os GNR”, diz ao PÚBLICO o saxofonista João Cabrita, dos CSFC. “O paradigma do programa é cada projecto ter um convidado num tema. E achámos que o mais lógico era falar com o Paulo e convidá-lo para cantar pela primeira vez ao vivo connosco.” Isto porque anos antes, em 2013, eles tinham usado um sample de Mãe negra numa composição própria, “roubando” a voz de Paulo de Carvalho da internet. O objectivo era celebrar os 25 anos da TSF, que se completavam nesse ano.

Paulo de Carvalho, que cantara aquele tema à capela, achou graça à ousadia: “Tudo quanto seja p’ra frente e mudar a agulha, estou sempre aí”, diz o cantor ao PÚBLICO. “Aquilo faz sentido e é giro”. A aproximação posterior partiu de um impulso mútuo. Do lado dos CSFC havia vontade de dar outro passo: “Pensámos que era fixe não ficarmos por ali e fazermos mais qualquer coisa com ele. Porque ele é um cantor incrível e vem de uma geração que de certa forma já não há muito na música, aquela malta que toca muito e exercita muito, que toca muito ao vivo. De certa forma, é aquilo que os CSFC também são: uma banda de tocar ao vivo”. Do lado de Paulo de Carvalho, idem: “Vocês fizeram aquilo, mas o que era giro era eu a cantar mesmo, com vocês, em palco.”

A junção dos dois coincidiu com um novo disco que Paulo de Carvalho foi preparando durante a pandemia: “Fiz um disco em casa, pelo IPhone, com o Fernando Abrantes, com quem já trabalho, não há 22 anos, mas há 22 CD. A Selma Uamusse, que estava a cantar com os GNR [no festival Eléctrico, em 2020] canta no meu disco também, porque lhe pedi para cantar comigo. E o Boss AC, o Tó Cruz e uma série de gente. Tenho o disco feito, mas não consigo vendê-lo a lado nenhum, porque a malta das editoras quer é o E depois do adeus e o Paulo de Carvalho armado em Tony Bennet!”

Para o Teatro Maria Matos os primeiros ensaios foram ainda em 2020: “Começámos em Outubro”, diz João Cabrita. “Fizemos os arranjos, eu e o Francisco Rebelo, com cinco temas do Paulo. Foi um mês para os arranjos e mais um mês para os ensaios com a banda toda.” Os temas de Paulo de Carvalho foram Mãe negra, o tal usado em sample em 2013 (e que viria a ser integrado também no álbum Soul, Sweat & Cut the Crap dos CSFC, em 2016) Meninos de Huambo, Terra mãe (um dueto de Paulo com o cantor e compositor brasileiro Ivan Lins) e dois temas de disco ainda inédito. “Um deles chama-se Internet, mas provavelmente irá ainda mudar de nome”, diz João Cabrita. “E outro é Os rapazes do meu tempo, um comentário à malta da geração dele, uns que ficaram para trás e outros que se vão renovando e reinventando. É muito interessante.”

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