O Algarve quer salvar o camaleão da extinção

A Associação Vitanativa quer conservar o camaleão do Algarve com um centro de interpretação. O Centro de Recuperação e Investigação do Camaleão do Algarve é um projecto dedicado aos camaleões, que vai ser criado em Olhão.

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Lusa

Contribuir para a conservação do camaleão no Algarve, em risco de extinção e que em Portugal só existe no litoral algarvio, é o objectivo de um centro dedicado à espécie que vai ser criado em Olhão, foi esta segunda-feira, 12 de Abril, divulgado.

O Centro de Recuperação e Investigação do Camaleão do Algarve é uma ideia vencedora da edição de 2019 do Orçamento Participativo Jovem Portugal, cuja execução, no valor de 60 mil euros, foi atribuída à Associação Vitanativa, que vai realizar iniciativas entre Loulé e Vila Real de Santo António.

A maior acção do projecto é a “criação do centro de interpretação do camaleão”, na Quinta de Marim, em Olhão, com a “recuperação de um edifício” que terá uma “exposição permanente sobre a biologia e ecologia do camaleão-comum” (Chamaeleo chamaeleon), destacou à Lusa Fábia Azevedo, coordenadora do projecto.

Para além de receber os visitantes do Parque Natural da Ria Formosa, o centro pretende ser também o “ponto de partida para desenvolver um plano de educação ambiental para as escolas”, havendo ainda uma componente científica com o acolhimento de alunos para “realizarem trabalhos académicos sobre a espécie”, revelou.

Uma parceria com o Centro de Recuperação e Investigação de Animais Selvagens (RIAS) pretende melhorar as condições para o “tratamento de camaleões feridos”, nomeadamente, com a “criação de um terrário” para facilitar a recuperação dos muitos animais que chegam ao centro, a “maioria alvo de predação”, apontou.

O projecto contempla outras acções de sensibilização para “minimizar as ameaças” à espécie, acima de tudo “atropelamentos, captura ilegal, predação por animais domésticos”, para além da “degradação e fragmentação do habitat”.

Está prevista também uma campanha presencial em “algumas praias no Verão” assim como a “colocação de sinalética” com informações sobre o camaleão e como as pessoas “podem colaborar no projecto”, acrescentou.

“Qualquer pessoa que encontre um camaleão pode enviar esse registo, com o local, data, uma fotografia e algumas informações sobre o seu estado, como a árvore onde foi encontrado. Estes dados vão permitir ter uma perspectiva global da distribuição da espécie no Algarve, já que os estudos não são recentes”, referiu a bióloga.

As informações podem introduzidas na página do projecto ou através da plataforma colaborativa para a conservação da biodiversidade

Para a concretização deste projecto, a delegação regional do Instituto Português do Desporto e da Juventude estabeleceu uma parceria com os municípios de Loulé, Faro, Olhão, Tavira, Castro Marim e Vila Real de Santo António, a Universidade do Algarve e o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas.

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