Covid-19: 40 mil trabalhadores de quatro mil creches vão ser testados esta semana

Com a reabertura das creches esta segunda-feira arranca, também, a testagem de 40 mil trabalhadores de quatro mil creches. Quanto à vacinação, os trabalhadores das creches integram as listas de prioridades da vacinação estabelecida para os estabelecimentos escolares, e devem aguardar novas datas.

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No âmbito das medidas de prevenção, vai ser reforçado o programa Adaptar + Social, que apoia as instituições na aquisição de equipamentos de protecção individual Anna Costa

Cerca de 40 mil trabalhadores de quatro mil creches de todo o país vão ser testados à covid-19 esta semana, num processo cujo arranque foi assinalado esta terça-feira na Azambuja, em Lisboa, pela ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social.

Ana Mendes Godinho assistiu à testagem de algumas das funcionárias do Centro Social Paroquial da Azambuja, que reabriu na segunda-feira, no âmbito das primeiras medidas de desconfinamento, as valências de creche, pré-escolar e Actividades de Tempos Livres (ATL).

Segundo a ministra, a testagem a profissionais que trabalham em creches e a amas visa, além da prevenção do contágio pelo novo coronavírus, dar “confiança e também tranquilidade” no reinício das actividades lectivas após quase dois meses de confinamento devido ao rápido crescimento de casos de infecção pelo SARS-CoV-2.

Salientando a satisfação que viu nas crianças, educadoras e auxiliares neste regresso, Ana Mendes Godinho afirmou ser preciso agradecer e valorizar “todas as pessoas que não têm parado ao serviço dos outros”, bem como a “grande capacidade” do sector social e dos seus funcionários, que “têm estado sempre no terreno, na primeira linha, a trabalhar ao serviço das crianças e dos mais idosos”.

A ministra salientou que a testagem nas creches vem juntar-se ao programa integrado de acompanhamento e de prevenção nos lares, num esforço para chegar às várias dimensões das respostas sociais. Ana Mendes Godinho referiu o facto de já terem sido ministradas as vacinas em todos os lares, à excepção daqueles onde existiram surtos de covid-19, o que “dá um nível de protecção adicional”.

“Mas isto não implica que baixemos a guarda, antes pelo contrário”, declarou, adiantando que vai prosseguir o programa de testagem regular dos trabalhadores dos lares até ao final de Junho, por amostragens que abrangem, todas as semanas, um quarto dos trabalhadores, e que permitem “identificar situações de risco”. Ana Godinho afirmou que esse sistema “terá permitido evitar cerca de 840 surtos através da identificação precoce” de situações sem sintomas.

A ministra referiu ainda que, no âmbito das medidas de prevenção, vai ser reforçado o programa Adaptar + Social, que apoia as instituições na aquisição de equipamentos de protecção individual.

Questionada sobre a suspensão da aplicação da vacina da AstraZeneca, a ministra assegurou que os trabalhadores das creches integram as listas de prioridades da vacinação estabelecida para os estabelecimentos escolares, aguardando a nova definição de datas por parte da task force que coordena o plano de vacinação contra a covid-19.

O Centro Social Paroquial da Azambuja tem também uma valência de lar, onde, em Janeiro, surgiu um surto de covid-19. Paulo Pires, presidente da direcção desta instituição, salientou que praticamente não existiram casos nas outras valências e considerou o arranque da testagem “absolutamente essencial” para dar segurança enquanto se aguarda pela vacinação.

O presidente da Câmara Municipal da Azambuja, Luís de Sousa (PS), destacou a importância da testagem num concelho que, “desde o início, foi bastante fustigado” pela pandemia, sobretudo devido à dimensão da área da logística, onde se iniciaram os surtos da covid-19, tendo ele próprio sido contaminado.

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