Um telefonema para quebrar o isolamento: a Voz Solidária está de volta

A cooperativa CASES reactiva movimento solidário, criado no Natal, destinado a combater o isolamento social, com a colaboração de Os Solidários. O objectivo é só um: combater a solidão, ligando a quem mais precisa de ouvir uma nova voz amiga. Qualquer pessoa pode registar-se para fazer ou receber chamadas.

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Elena Koycheva/Unslapsh

A Cooperativa António Sérgio para a Economia Social (CASES) relançou esta sexta-feira, 12 de Fevereiro, o projecto Voz Solidária: ligue a quem mais precisa, em parceria com o movimento Os Solidários. A iniciativa, criada no Natal do ano passado, tem como objectivo incentivar os portugueses a ser voluntários, ajudando quem mais precisa com um telefonema.

Quem está sozinho e quer conversar pode agora registar-se (ou registar alguém) no site. Quem quiser ser voluntário e oferecer uma voz amiga, tem apenas de ligar para o número: 962 171 780.

No Natal de 2020, pretendendo dar resposta a situações de isolamento, a Voz Solidária registou mais de 25 mil minutos de chamadas. Em comunicado, a vice-presidente da CASES, Carla Ventura, explica que “foram realizadas cerca de 6 mil chamadas e as vozes foram solidárias por mais de 25 mil minutos”.

O projecto, que à partida não seria para continuar, foi agora relançado porque começaram a receber “muitos e-mails a pedir que a Voz Solidária voltasse”, diz Ricardo Paiágua, co-fundador da uppOut e responsável por algumas das iniciativas do movimento Os Solidários. "Muitas pessoas estão sozinhas”, sublinha.

O projecto recomeçou esta sexta-feira e conta já com mais de 450 voluntários, tendo até já sido registada uma chamada “que durou duas horas”, reflexo da urgência do projecto. Com a premissa de que pessoas que estão sozinhas recebem “o mimo do dia”, enquanto os voluntários que ligam para desconhecidos praticam a “boa acção do dia”, a Voz Solidária espera ser um movimento que beneficia tanto quem liga, como quem recebe a chamada.

O movimento Os Solidários “gere vários tipos” de iniciativas solidárias, como a Cama Solidária e o Computador Solidário. Para Ricardo Paiágua, a “crise económico-social que o país enfrenta” aumenta o dever de “nos ajudarmos uns aos outros”.

Texto editado por Amanda Ribeiro

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