Confinamento nos dias úteis sobe para 50,6% desde fecho das escolas

A adesão ao primeiro confinamento foi maior do que ao segundo, já que as pessoas circulam mais aos dias de semana do que em Março de 2020.

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A PSE tem monitorizado a mobilidade dos portugueses desde a declaração do primeiro estado de emergência, a 18 de Março de 2020 Filipa Fernandez

O confinamento nos dias úteis cresceu para um valor médio de 50,6% desde que encerraram as escolas a 22 de Janeiro até ao dia 5 de Fevereiro, segundo dados esta segunda-feira divulgados pela Produtos e Serviços de Estatística (PSE).

“O processo deste segundo confinamento foi efectuado a dois tempos: de 15 a 21 de Janeiro, e de 22 de Janeiro até aos dias de hoje com o encerramento das escolas. Antes de o dia 15, o confinamento médio estava em 31.4%. Com o início das medidas a 15, o confinamento subiu para um valor médio de 41.9% até ao encerramento das escolas”, revelou em comunicado a PSE.

A empresa tem monitorizado a mobilidade dos portugueses desde a declaração do primeiro estado de emergência, a 18 de Março de 2020, realçou que “com o encerramento das escolas, o confinamento nos dias úteis subiu para um valor médio de 50,6% até à última sexta-feira (5 de Fevereiro)”.

Os indicadores mostram também que, tal como já tinha sido verificado no primeiro confinamento, em 2020, as sextas-feiras e segundas-feiras continuam a ser os dias de maior mobilidade dada a aproximação de fins-de-semana de restrições adicionais. “Tal como em 2020, sempre que existem dias que antecedem períodos de maior restrição (recolher às 13h00 e inibição de circulação entre concelhos), os portugueses efectuam maiores deslocações e missões de abastecimento”, apontou a PSE.

De resto, a empresa sublinhou que há um “menor confinamento” nesta altura do que no primeiro confinamento do ano passado, vincando a “grande diferença entre fins-de-semana e dias úteis”. E acrescentou: “Para além do menor confinamento, há outras diferenças a registar entre o primeiro confinamento e este segundo confinamento de 2021. Em 2020, o confinamento foi antecipado voluntariamente e repentino. A adesão ao confinamento foi visível tanto em dias úteis como fins-de-semana e, em 2020, os valores de adesão mantiveram-se elevados até ao desconfinamento”.

Porém, observando a evolução semanal do confinamento entre dias úteis e fins-de-semana, a entidade salientou que há diferenças relevantes entre os dois confinamentos gerais.

“No caso do confinamento de 2021 vemos que: a diferença de confinamento entre fins-de-semana e dias úteis é muito mais elevada, a adesão ao confinamento nos dias úteis é muito menor, a adesão ao confinamento em dias úteis é igualmente menor, a adesão ao confinamento não foi um processo voluntário, antecipado e repentino como no primeiro confinamento”, especificou a PSE.

Segundo a empresa, as principais medidas que inibiram a mobilidade entre Outubro de 2020 e Janeiro de 2021 foram o recolhimento às 13h00 aos fins-de-semana e a inibição de circulação entre concelhos também aos fins-de-semana.

“Estas medidas, tanto no último trimestre de 2020 como agora, tiveram três reflexos: reduzir a mobilidade ao fim de semana, aumentar a mobilidade nos dias úteis, provocar concentrações nas manhãs dos fins-de-semana (particularmente aos sábados) “, assinalou.

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