FC Porto não conseguiu dar a volta ao Belenenses SAD

“Dragões” averbam empate na 17.ª jornada e correm o risco de ver o Sporting afastar-se mais na liderança do campeonato. Nanú foi retirado de ambulância

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LUSA/JOSÉ SENA GOULÃO

A quarta melhor defesa do campeonato travou o melhor ataque da Liga. Em Oeiras, num relvado pouco recomendável, o Belenenses SAD impôs ao FC Porto um empate (0-0) que pode deixar os “dragões” mais distantes do primeiro lugar. O campeão nacional atacou muito, mas nem sempre bem, e terminou o encontro com um revés adicional, fruto de uma lesão arrepiante de Nanu.

Foi com um meio-campo alternativo que o FC Porto foi a jogo no Jamor: Felipe Anderson começou no corredor esquerdo e estreou-se a titular na Liga, Fábio Vieira posicionou-se à direita, surgindo muitas vezes também como uma espécie de terceiro médio no corredor central. Do lado oposto, ao 4x4x2 dos “dragões” (que também tiveram no brasileiro Evanilson uma novidade no “onze”) contrapôs o Belenenses SAD o habitual 3x4x3, notoriamente mais capaz em organização defensiva do que em ataque posicional.

Em comum, as duas equipas apresentaram uma vontade expressa de atacar a profundidade. O FC Porto com mais posse e circulação, definindo (quase sempre por Sérgio Oliveira ou Fábio Vieira) já no último terço, o Belenenses SAD com lançamentos mais longos, muitas vezes saltando linhas, à procura da verticalidade de Miguel Cardoso e de Varela.

Numa dessas solicitações, o internacional português ameaçou com uma assistência a que Cardoso não chegou por centímetros; noutra, Marchesín e Pepe chocaram, deixando a baliza à mercê de Afonso Sousa, que a cerca de 30 metros de distância acabou por atirar por cima.

Estes foram os lances de maior frisson dos lisboetas num primeiro tempo em que Taremi foi a referência permanente dos criativos do FC Porto. O iraniano surgiu por três vezes em posse já na área, mas encontrou oposição férrea de Gonçalo Silva e de Henrique, pelo que o FC Porto se mostrou mais perigoso em bolas paradas (Evanilson cabeceou perto do poste, aos 37’) e de meia distância (Oliveira e Anderson testaram a atenção de Kritciuk).

O intervalo chegava pouco depois de um golo anulado a Evanilson por um fora-de-jogo de 8 cm, aos 43’, após uma carambola entre Taremi e Phete, que prenunciava um período de maior assédio dos “dragões”, no arranque do segundo tempo.

Essa pressão acrescida só se revestiu de maior esclarecimento, porém, quando Sérgio Conceição arrancou os pesos-pesados do banco. Primeiro Luis Díaz (para o lugar de um Felipe Anderson que continua longe de convencer), depois Marega e Corona de uma assentada. Mais largura no último terço, mais capacidade de definição e uma injecção de potência muscular para a zona central.

O Belenenses SAD, que se resguardou nos momentos certos de um potencial segundo amarelo a Sithole e a Calila, manteve a linha de cinco em momento defensivo, acrescentou centímetros ao ataque para o jogo aéreo (Cassierra) e continuou a espreitar as transições rápidas. Numa delas, na melhor ocasião que criou na partida, Miguel Cardoso ficou praticamente na cara de Marchesín sem conseguir o remate.

Instantes antes da lesão de Nanu (um choque violentíssimo, de cabeça, com Kritciuk, que levou os portistas a reclamarem penálti e obrigou à retirada do jogador de ambulância), o FC Porto esteve verdadeiramente perto do golo, mas Taremi não conseguiu bater o guarda-redes russo, após cruzamento cirúrgico de Corona.

Já em registo de risco máximo, o jogo partiu-se nos últimos minutos, mas nem os “dragões” mostraram lucidez para derrubar a muralha contrária, nem os lisboetas clarividência no contragolpe. E acabou tudo como começou. 

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