Das presidenciais de ontem às lições para o futuro

Ao ter optado por não marcar presença no debate político das presidenciais, o PS contribuiu involuntariamente para a afirmação do candidato da extrema-direita. Se tivesse apresentado um candidato próprio, o PS até poderia ter perdido a corrida eleitoral de 24 de janeiro, mas teria reforçado a polarização entre esquerda e direita e, com isso, a estabilidade da nossa democracia.

1. Passadas as eleições presidenciais de 24 de janeiro, é importante o Partido Socialista refletir sobre a estratégia que escolheu seguir e sobre os resultados do ato eleitoral. A perceção generalizada de que o PS, ao não apresentar um candidato próprio, apoiava a (previsível) reeleição de Marcelo Rebelo de Sousa, parecia ser confortável e segura. Embora se possa compreender a pouca disponibilidade do partido do Governo para se envolver numa disputa presidencial num momento em que se encontrava concentrado noutras frentes da ação governativa, nunca me pareceu, porém, uma estratégia que nos interessasse – disse-o nos órgãos internos do PS e disse-o publicamente. Depois da vitória esperada do candidato Marcelo Rebelo de Sousa, não encontro motivo para alterar a avaliação que expressei há vários meses. A “derrota” que o PS evitou (ou mesmo a “vitória” reclamada por alguns) só é boa para o partido no curtíssimo prazo.

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