Covid-19: deputada timorense defende o direito “a disparar para ferir” como controlo de fronteira

Olinda Guterres, do KHUNTO, um dos três partidos do Governo, diz que Timor-Leste deve ter “sanções rigorosas” para quem cruzar a fronteira ilegalmente.

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Parlamento de Timor-Leste David Robie/Pacific Media Centre

A deputada timorense Olinda Guterres defendeu esta quarta-feira, no Parlamento Nacional de Timor-Leste, que as forças de segurança disparem contra quem atravessar ilegalmente a fronteira. “As forças de segurança na fronteira não devem tolerar e devem ter sanções rigorosas a quem atravessar a fronteira ilegalmente”, disse.

“Não é disparar para matar, mas disparar para ferir, para que aprendam”, especificou a deputada do Kmanek Haburas Unidade Nacional Timor Oan (KHUNTO), um dos três partidos do Governo.

Olinda Guterres falava durante o debate parlamentar sobre a renovação do estado de emergência por mais 30 dias, a pedido do Presidente da República, que foi aprovada por 50 votos a favor e seis abstenções. Nenhum deputado votou contra.

O Governo terá ainda de aprovar um decreto em que detalhará as medidas a aplicar no estado de emergência, sendo que as mais significativas se centram no controlo das fronteiras do país.

Apesar do número muito baixo de casos em Timor, as autoridades estão preocupadas com o aumento da covid-19 do lado indonésio da ilha, com centenas de timorenses a atravessarem a fronteira ilegalmente, sendo detectados pelas forças de segurança e enviados para quarentena.

Desde o início da pandemia que as autoridades têm agido prontamente e com medidas de controlo mais rigorosas para evitar que as infecções ponham em causa o frágil sistema de saúde do país. O controlo de fronteiras é um dos pontos que mais tem merecido a atenção do Governo.

Timor-Leste tinha registado até esta quarta-feira 68 casos de covid-19, sendo que 18 deles permanecem activos, estando todos os pacientes em isolamento, muito graças ao trabalho conjunto com as Nações Unidas e organizações não-governamentais presentes no país.

Michael Ryan, director executivo do Programa de Emergências Sanitárias da Organização Mundial de Saúde, afirmava em Dezembro que “é muito encorajador que países com infra-estruturas frágeis e ainda emergentes como nações, ainda a precisar de muito apoio externo, possam mostrar que conseguem ter um controlo razoável de doença devastadora como a covid-19”.

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