Desta vez, Tino concorreu contra o Presidente e perdeu em Rans

Vitorino Silva tem 49 anos, é calceteiro e concorreu a Belém pela segunda vez.

Foto
Vitorino Silva também é conhecido por Tino de Rans LUSA/Manuel Fernando Araœjo

Vitorino Silva, o Tino de Rans, começou a noite em último lugar nas sondagens, passou boa parte dela em penúltimo e, na recta final, quando já estavam apurados 99% dos votos, voltou à posição original. O calceteiro, que repetia a candidatura, não ficou só em último lugar, também perdeu parte dos votos que teve há cinco anos. E, simbolicamente, perdeu em Rans, a sua freguesia.

“Eu há cinco anos concorri contra o candidato Marcelo, desta vez concorri contra o Presidente da República”, explicou-se o candidato, que seguiu os resultados eleitorais num pavilhão da sua terra natal. “Ele esteve cinco anos a fazer campanha.”

Em 2016, Vitorino Silva teve 152.094 votos a nível nacional (3,28%), ficando em quinto lugar no quadro geral. Em Rans, teve 60,93% dos votos (616), contra os 27,30% (276) do homem que se passou a sentar na cadeira de Presidente. Desta vez, ficou pouco acima dos 3% com menos de 120 mil votos. Em Rans, a queda foi maior: passou para segundo lugar com cerca de 42%. “A Rans nunca veio nem um rei nem um Presidente da República”, lamentou, ao fazer o seu derradeiro discurso da noite. “Rans é Portugal!”

Nesta altura, Vitorino Silva ainda não tinha conseguido chegar à fala com o vencedor das eleições, apesar de já lhe ter ligado duas ou três vezes para o felicitar e também para o convencer a visitar a sua terra.

No início da noite, o calceteiro que já foi presidente de junta elogiou a sua própria campanha, — “fiz uma campanha limpinha”, que mostra que “qualquer português pode ser candidato” —, e sobre o seu resultado disse ser para si “uma grande vitória conseguir convencer mais um português”.

Em jeito de desabafo, Vitorino Silva confessou que “esta eleição passou muito rápido” e que, cinco anos depois, está mais “calmo”. E resumiu: “Agradeço à minha filha, que me ajudou a ser diferente. Já não é o Tino, é o Vitorino. Foi a comunicação social que criou o Tino [de Rans].”

Sugerir correcção
Comentar