Templo com 2500 anos dedicado a Afrodite descoberto na Turquia

Duas esculturas e uma inscrição deixam poucas dúvidas quanto à função do edifício. Arqueólogos já pediram às autoridades locais que protejam a área.

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Afrodite era uma deusa muito venerada no mundo helénico. Esta cabeça faz parte de uma escultura feita em Atenas por volta de 330 a.C. e pertence ao Museu de Belas-Artes de Boston Museu de Belas Artes de Boston

Os vestígios de povoados na península de Urla remontam ao Neolítico, que começa, grosso modo, no X milénio a.C., mas basta-nos recuar 2500 anos para nela encontrar uma comunidade devota a Afrodite, a deusa grega da beleza e do amor. Uma equipa de arqueólogos liderada por Elif Koparal pôs recentemente a descoberto aquilo que acredita ser o que resta de um templo onde se adoraria esta divindade que também chegou a ser associada à navegação e à guerra.

De acordo com a revista da norte-americana Smithsonian, uma das mais importantes instituições culturais do mundo, os especialistas começaram por encontrar parte de uma escultura representando uma mulher e, em seguida, a cabeça de uma outra em terracota, também ela feminina. Só mais tarde identificaram e traduziram a inscrição que deixa poucas dúvidas quanto ao uso dado ao edifício cujas ruínas foram localizadas em 2016 – “Esta é a área sagrada.”

Desde 2006 que os arqueólogos trabalham neste local, tendo já identificado 35 pontos de interesse numa área que tem apenas 1600 metros quadrados.

Esta região, lembra ainda a publicação da Smithsonian, está há cinco mil anos entre as mais importantes para a fixação de populações no Mediterrâneo. 

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Os vestígios do templo já identificados deixam os arqueólogos muito optimistas em relação ao que podem vir a encontrar Cortesia: Elif Koparal e equipa

“O culto de Afrodite era muito comum naquela altura”, disse a arqueóloga Elif Koparal ao Hürriyet Daily News, o jornal diário publicado em inglês mais antigo da Turquia. O que não é nada comum, acrescentou, é encontrar vestígios de um templo com esta cronologia à superfície. “É fascinante.”

Os arqueólogos querem, naturalmente, continuar a estudá-los e já pediram ajuda às autoridades locais para proteger o sítio de roubos e de quaisquer empreendimentos imobiliários. 

“O templo que identificámos é do século V a.C. e o que dele resta é muito impressionante”, disse ainda Elif Koparal ao Hürriyet Daily News, explicando que, com recurso a tecnologia que permite recolher informação sobre as estruturas que estão ainda enterradas, a sua equipa dispõe já da planta completa do edifício.

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