Sérgio Conceição exige o mesmo rigor de Inglaterra

Treinador do FC Porto admite que poderá ter que fazer uma gestão do esforço de alguns jogadores na recepção ao Manchester City no jogo da Champions que poderá apurar os “dragões” para os oitavos-de-final.

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LUSA/ESTELA SILVA

O treinador do FC Porto, Sérgio Conceição, oscilou entre o que admite ser o seu estado normal de zangado e algumas notas de humor - também características - na antevisão do jogo desta terça-feira (20h) com o Manchester City, da quarta ronda da fase de grupos da Liga dos Campeões, que poderá determinar a qualificação dos portuenses para os oitavos-de-final.

Para poder discutir a liderança do grupo C com a equipa de Pep Guardiola, Conceição exige “o mesmo rigor do jogo de Manchester”, mas também “o mesmo espírito de entreajuda e a capacidade de perceber as fragilidades do adversário para as poder explorar”, declarou na conferência de imprensa desta segunda-feira.

As memórias do duelo de Manchester não são as melhores e o treinador portista recupera a polémica: “O jogo de Inglaterra ficou marcado por más decisões de arbitragem!”, assume, sublinhando o peso do adversário.

“É uma equipa poderosa, a mais cara do mundo. Tudo isso torna as coisas mais difíceis. Mas temos que fazer o nosso trabalho para conquistar os três pontos”, sublinha Conceição, ainda desconfiado dos elogios do técnico espanhol e da referência à propensão defensiva dos “azuis e brancos”.

Posso jogar com dois centrais e ter uma linha de seis defesas. Tudo depende do que quiser para o jogo, estrategicamente”, ripostou, admitindo uma gestão do grupo, mesmo precisando de garantir urgentemente a qualificação.

“Alguns jogadores estarão a oitenta por cento. Há uns de maior risco pelas suas características, pelo historial... Basta analisar e ver o que acontece depois do terceiro jogo numa semana: ou baixa o rendimento ou surge uma lesão. Tenho que estar atento a isso. Não posso permitir-me perder jogadores. Já tive dissabores este ano e no passado. Há que olhar para o leque que temos à disposição e optar pelo melhor onze para iniciar o jogo”, assume de forma pragmática.

“O impacto físico, a intensidade e a velocidade fazem a diferença. Temos que nos preparar dentro dessa capacidade de ganhar os duelos. Mas a confiança tem que vir do trabalho, não das vitórias”, reagiu, desvalorizando o comentário de Bernardo Silva no final do jogo de Manchester, ao considerar o triunfo sobre o FC Porto como especialmente saboroso. 

“As vitórias são importantes para as conquistas dos títulos. Eu festejo títulos. Isso são criancices básicas. As pessoas não devem entrar em campo com esse estado de espírito. Não é isso o mais importante”, o que não significa que não fique registado: “Olhamos, vemos e não esquecemos”.

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