Hacker suspeito de invadir sistema do tribunal eleitoral do Brasil foi preso em Portugal

Cidadão português de 19 anos de idade foi detido devido à prática de crimes de Acesso Indevido, dano informático e sabotagem informática. Operação conjunta entre a Polícia Federal e a PJ levou a outras três detenções no Brasil.

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NELSON GARRIDO

Um hacker suspeito de invadir o sistema informático do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) do Brasil foi preso este sábado em Portugal, numa operação conjunta entre a Polícia Federal e a Polícia Judiciária Portuguesa, que levou a três detenções no Brasil.

A Operação Ex ploit, como ficou conhecida, resultou na "identificação e detenção de um cidadão português com 19 anos de idade, em território nacional”. No Brasil, foram identificados e detidos três indivíduos, com idades compreendidas entre os 19 e os 24 anos, que se dedicavam à prática continuada de crimes de Acesso Indevido, dano informático e sabotagem informática”, lê-se no comunicado da polícia portuguesa.

“Os detidos faziam parte de diferentes redes criminosas, agora afectadas por esta operação policial, e actuavam concertada e transnacionalmente, atacando funções de Estado, infra-estruturas críticas e interesses económicos diversos”, afirma a Polícia Judiciária.

A Polícia Judiciária portuguesa, num inquérito dirigido pelo Departamento Central e Investigação e Acção Penal (DCIAP), em cooperação com a Polícia Federal Brasileira, “efectuou uma operação policial internacional com o objectivo de causar disrupção em grupos organizados que operavam no ciberespaço”, anunciou este sábado a polícia portuguesa.

Foram ainda apreendidos meios informáticos e “recolhida informação pertinente”, acrescenta a PJ. As investigações continuam para detectar e identificar outros responsáveis nestas operações. 

“O detido português vai ser presente às autoridades judiciais para efeitos de primeiro interrogatório judicial, para efeitos de aplicação de medida de coação”, conclui a polícia portuguesa.

Em comunicado, a Polícia Federal brasileira, por seu lado, confirmou a realização da acção “que teve como objectivo desarticular a associação criminosa que teria promovido os ataques hackers ao TSE”, na primeira volta das autárquicas realizadas no Brasil. Segundo as autoridades brasileiras, foram cumpridos no país três mandados de busca e apreensão e três medidas cautelares de proibição de contacto entre investigados nos estados de São Paulo e Minas Gerais. “Além disso, em Portugal, são cumpridos um mandado de prisão e um mandado de busca e apreensão”, acrescentou o comunicado.

Segundo a Polícia brasileira, o inquérito aponta que um grupo de hackers brasileiros e portugueses, liderados por um cidadão português, responsável pelos ataques criminosos aos sistemas do TSE na primeira volta das autárquicas. “A Polícia Federal apura o acesso ilegal aos dados de servidores públicos divulgados no dia 15/11, além de outras actividades criminosas do grupo”, diz o comunicado da força brasileira. Os crimes investigados neste inquérito policial são os de invasão de dispositivo informático e de associação criminosa.

A Polícia Federal do Brasil também frisou que durante as investigações “não foram identificados quaisquer elementos que possam ter prejudicado a apuração, a segurança ou a integridade dos resultados da votação”.

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