Comissões de Trabalhadores da RTP, SIC e TVI condenam agressões a jornalistas em manifestação da restauração

Jornalistas do Observador e da TVI foram alvo de agressões durante a manifestação deste sábado pelas restrições à indústria da restauração, convocada pelo grupo “A pão e água”, no Rossio, em Lisboa.

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Manifestação contra o recolher obrigatório dos sectores do turismo, restauração, hotelaria e noite, no Rossio Nuno Ferreira Santos

As Comissões de Trabalhadores da RTP, da SIC e da TVI condenaram este domingo as “pressões físicas, ameaças verbais e insultos” de que foram alvo os profissionais das equipas de reportagem ​do jornal Observador e da TVI durante a manifestação pelas restrições à indústria da restauração, convocada pelo grupo “A pão e água”.

Em comunicado enviado às redacções, as Comissões de Trabalhadores sublinham que “embora pelo menos um dos responsáveis da manifestação se tenha oposto à violência contra os jornalistas”, as agressões foram provocadas “por um discurso pronunciado a partir da tribuna do evento”.

“Os direitos democráticos, e entre eles o direito a protestar e a manifestar, devem muito aos profissionais da informação, e rapidamente iriam esvaziar-se se, por motivo de insegurança e de violência contra os jornalistas, se tornasse inviável a cobertura das manifestações”, acrescenta o comunicado.

As comissões sublinham ainda que “quem convoca as manifestações tem, portanto, a responsabilidade de vedar o acesso de provocadores aos palcos e de garantir o serviço de ordem necessário para que as equipas de reportagem possam fazer o seu trabalho”, destacando que “deverá ser instaurado pelo Sindicato dos Jornalistas o procedimento criminal correspondente” contra o orador “que sugeriu o recurso à violência e contra os arruaceiros que seguiram a sugestão, uns e outros amplamente identificados nas gravações efectuadas”.

É deixado ainda um apelo às autoridades competentes para que mantenham “uma postura activa e vigilante em situações semelhantes e ajudem a cumprir com o que está previsto na Constituição da República, bem como na lei portuguesa que é o direito ao exercício de imprensa, cabendo-lhes uma parte importante que é a de garantir acesso e a segurança dos jornalistas”.

“É insustentável em democracia que um(a) jornalista seja ‘bode expiatório’ no exercício da profissão”, concluem, acrescentando que defenderão “incondicionalmente” todos os profissionais que se recusem a trabalhar em contextos de ameaça à sua integridade física e moral.

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