PSD dá cobertura a propostas do Chega para o acordo nos Açores: “Não ferem a matriz social-democrata”

Comissão permanente nacional diz que as propostas em causa “são quatro aspectos que um Governo liderado pelo PSD deve naturalmente prosseguir na sua governação regional”.

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LUSA/EDUARDO COSTA

O PSD divulgou nesta segunda-feira, em comunicado, os quatro objectivos que o Chega exigiu para viabilizar o acordo de governação nos Açores, afirmando que “em nada ferem a matriz social-democrata” do partido. 

De acordo com a comissão permanente nacional, o órgão restrito da direcção do PSD, as quatro exigências colocadas pelo Chega são: “Redução do número de deputados regionais; criar um gabinete regional de luta contra a corrupção; reduzir a elevadíssima subsidiodependência na região; e promover o aprofundamento da autonomia política no quadro do Estado Político-administrativo dos Açores e da Constituição da República”. Para o partido, “são quatro aspectos que um Governo liderado pelo PSD deve naturalmente prosseguir na sua governação regional. Mal fora que não o fizesse apenas porque o Chega também o defende”.

“O acordo PSD, CDS, PPM – uma nova Aliança Democrática – tem todo o nosso apoio institucional e político. Ele materializa o fim da hegemonia governativa socialista de 24 longos anos, que fica negativamente marcada por tiques de autoritarismo e fenómenos de nepotismo”, lê-se no comunicado sobre uma aliança que tem sido alvo de várias críticas por parte partidos políticos, em particular do PS.

O PSD acusa ainda a governação socialista nos Açores de ter “estagnado o desenvolvimento social e económico de muitos açorianos, colocando-os nos piores níveis de pobreza, de sucesso educativo e de acessibilidade aos cuidados de saúde”.

O texto pronuncia-se também sobre os objectivos contratualizados entre o PSD-Açores e a Iniciativa Liberal para a implementação de um novo modelo de governação”. As propostas da IL vão, de acordo com o comunicado, “no sentido de diminuir o peso do Estado na sociedade e na economia, capaz de fazer crescer o PIB regional, de reduzir o fosso que separa os Açores do resto do país e da média da União Europeia, de combater a pobreza, de diminuir a dependência do exterior e de reduzir a dívida pública açoriana”.

A comissão permanente nacional do PSD reafirma que “não há nenhum acordo nacional com o IL ou o Chega assim como também não o há com os próprios partidos que sustentam a coligação regional açoriana”.

A comissão permanente insta o PSD dos Açores e o seu líder, José Manuel Bolieiro, a “prosseguir com toda a força e convicção esta importante mudança política na região que, a exemplo, do que se passa em Portugal continental, necessita de uma governação mais competente, sem mentiras e mais virada para o futuro”.

José Manuel Bolieiro foi indigitado no sábado presidente do Governo Regional dos Açores pelo representante da República para os Açores, Pedro Catarino.

Nas eleições legislativas regionais de 25 de Outubro, o PS perdeu a maioria absoluta com que governou durante 20 anos, elegendo 25 deputados.

PSD, CDS e PPM, que juntos representavam 26 deputados, anunciaram um acordo de governação, para o qual contam com acordos de incidência parlamentar com o Chega e a Iniciativa Liberal.

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