Shakhtar de Luís Castro abate Real Madrid

Técnico português transformou pesadelo em sonho e esteve perto de humilhar o campeão espanhol, que foi para intervalo a perder por 0-3. Éder abriu as contas para o Lokomotiv Moscovo em Salzburgo.

Éder deu vantagem ao Lokomotiv Moscovo em Salzburgo
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Éder deu vantagem ao Lokomotiv Moscovo em Salzburgo Reuters/LEONHARD FOEGER
Tetê marcou o primeiro golo do Shakhtar em Madrid
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Tetê marcou o primeiro golo do Shakhtar em Madrid LUSA/JUANJO MARTIN

O Shakhtar Donetsk superou todos os fantasmas para alcançar, esta quarta-feira, uma vitória histórica, em Madrid, no jogo de estreia do grupo B da Liga dos Campeões, com o técnico português Luís Castro a vencer o Real Madrid, por 2-3, num jogo que acabou com o VAR a invalidar o que seria o golo do empate dos espanhóis, já nos descontos. 

Luís Castro compôs o “onze” possível face à sangria (lesões e covid-19) que afastou sete titulares indiscutíveis e quase outros tantos suplentes influentes, panorama que o treinador português descreveu como um autêntico pesadelo... especialmente traumático quando o adversário era o campeoníssimo Real Madrid, com 13 Ligas dos Campeões no currículo.

A revolução forçada no campeão ucraniano, que apresentou um guarda-redes de 19 anos, Anatolii Trubin, em estreia absoluta na competição, reforçou o sentimento de altivez dos campeões espanhóis, o primeiro erro de avaliação de um Real que se deu ao luxo de deixar o “matador” Karim Benzema no banco.

Outra ausência de peso - embora forçada - fragilizou a defesa “merengue” em termos de liderança e coordenação. Sem Sergio Ramos, a dupla Varane-Militão foi exposta ainda antes do primeiro quarto de hora de jogo, com Marlos a isolar-se para falhar um golo cantado. O brasileiro/ucraniano optou pelo remate, apesar de ter Solomon em posição privilegiada, e viu o gigante belga Thibaut Courtois vestir a capa de herói, salvando o Real Madrid de uma pequena humilhação praticamente a abrir. 

Mas essa seria a única hesitação da equipa de Luís Castro, que aproveitou todas as oportunidades para recolher aos balneários com uma vantagem de três golos e uma verdadeira lição de humildade. Varane marcou na própria baliza (33'), com Dentinho pronto para facturar, e Solomon elevou a vantagem (42'), num lance paradigmático e que mostrou toda a apatia e aumentou a incredulidade dos espanhóis, que desde 2005 (frente ao Lyon) não iam para intervalo a perder por 0-3.

Golo anulado nos descontos

Zidane despertou o Real Madrid na segunda parte e, depois de algumas investidas a provocarem mossa no Shakhtar, forçado a fundir as linhas e a permitir que Modric afinasse a meia-distância, o croata assinou um golo sensacional (54'). Golo a que o Shakhtar tentou responder, falhando o quarto e dando tempo a Zidane para chamar Vinícius Júnior a jogo, para abdicar do inofensivo Jovic. Uma aposta em cheio, com o brasileiro a marcar (59') o segundo do Real no primeira intervenção, ao fim de 14 segundos.

Ao Shakhtar restava meia hora para perceber quanto tempo aguentaria a vantagem, até porque por oposição à eficácia da primeira metade, revelou absoluto desacerto na hora de matar o jogo, sempre com Courtois a impedir o quarto golo. Os ucranianos sabiam que o Real Madrid arriscaria tudo, abrindo corredores que o Shakhtar podia explorar. Como explorou em lance de Tetê que Marlos concluiu na cara de Courtois... mas que o árbitro anulou por fora-de-jogo do jovem avançado brasileiro.

O jogo acabaria, de resto, com novo golo negado, desta feita ao Real Madrid, que, já nos descontos, fez o 3-3... revertido pelo VAR.

Em Salzburgo, o herói da final do Euro 2016 deu vantagem ao Lokomotiv de Moscovo, com um golo (19') de cabeça, na sequência de um canto, que não foi suficiente para travar a reacção dos austríacos. O empate surgiu antes do intervalo (45') pelo médio húngaro Szoboszlai e o 2-1 logo a abrir, por Junuzovic (50'). 

Os russos não se deram por vencidos e, já sem Éder em campo, substituído pelo ex-FC Porto Zé Luís, Lisakovich (75') igualou (2-2). 

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