Gondomar define resposta local à pandemia e manda fechar parques infantis e cemitérios

Presidente da Câmara de Gondomar diz que casos duplicaram em apenas três dias e fala de momento “preocupante” na cidade. Forças de segurança vão reforçar vigilância nas ruas

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Gondomar tinha, no início desta semana, 1370 casos confirmados Paulo Pimenta

As perspectivas para os próximos dias “não são nada animadoras” e o presidente da Câmara de Gondomar decidiu avançar desde já com algumas medidas de combate à pandemia na cidade, onde há, segundo o autarca, mais de 500 casos activos. Encerrar imediatamente os 70 parques infantis do concelho e fechar as portas dos cemitérios durante quatro dias, entre 30 de Outubro e 2 de Novembro (o que apanhará o feriado católico de 1 de Novembro, Dia de Todos os Santos) são duas das medidas definidas.

A decisão foi tomada ao final da manhã desta sexta-feira após uma reunião de emergência com a Protecção Civil, onde esteve também o delegado de saúde local, e pretende responder ao momento “preocupante” vivido em Gondomar. “Em três dias duplicamos os números de casos. Nem na primeira vaga tivemos tantos”, lamenta Marco Martins em declarações ao PÚBLICO, apelando aos gondomarenses para que cumpram as normas definidas pela Direcção-Geral de Saúde (DGS), nomeadamente a etiqueta respiratória e distâncias de segurança. “Depende de cada um de nós travar este avanço.”

Esta evolução dos casos no concelho não estará relacionada com surtos, mas com um “contágio generalizado”, apontou o socialista, dizendo que, para já, os serviços de saúde têm capacidade para dar resposta. A abertura de um hospital de campanha no distrito deve acontecer, ainda assim, nos próximos dias, disse o próprio ao PÚBLICO, enquanto presidente da Comissão Distrital da Protecção Civil do Porto. 

Os espaços públicos como parques urbanos e passadiços vão ter vigilância reforçada para impedir que haja aglomerações, podendo a população ser dispersada. As forças de segurança, PSP, GNR e Polícia Municipal, têm ordens para intensificar a sua presença tanto nesses espaços como em transportes públicos e o centro de testes instalado no pavilhão multiusos deverá duplicar a sua capacidade de testagem. 

Os estabelecimentos que não cumpram todas as normas definidas pela DGS ou mesmo horários definidos pela autarquia para o encerramento passam a estar sujeitos não apenas a uma coima mas, em caso de reincidência, são obrigados a fechar portas. Para comportamentos reiterados de incumprimento, a autarquia avisa mesmo que haverá cessação de licença.

De acordo com os últimos dados da Direcção-Geral da Saúde, actualizados na segunda-feira, Gondomar tem 1370 casos confirmados.

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