Hospitais da região de Lisboa: esgotada 80% da capacidade de internamento em enfermarias. Mas lotação pode crescer

Em Lisboa e Vale do Tejo a capacidade máxima para internar doentes com covid-19 é de 185 camas de cuidados intensivos e de 917 camas em enfermarias. Administração Regional de Saúde cria novo modelo de gestão de camas hospitalares.

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Miguel Manso

Os hospitais de Lisboa e Vale do Tejo (LVT) têm actualmente 517 camas para internamento em enfermaria dedicadas a doentes com covid-19 e na terça-feira estavam já ocupadas 420, ou seja, mais de 81%. Nas unidades de cuidados intensivos, para onde vão os doentes em estado grave, neste que é ainda o primeiro de três níveis do plano de contingência da região para resposta à pandemia, estavam alocadas 97 camas, 64 das quais se encontravam ocupadas na terça-feira (cerca de dois terços do total), adiantou esta quinta-feira a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT). 

Mas a capacidade é muito superior no último dos três níveis de resposta definidos no plano de contingência. Nesse cenário, a região dispõe de 917 camas em enfermarias para doentes com covid-19 no total e 185 camas em unidades de cuidados intensivos, especifica a ARSLVT em comunicado esta quinta-feira divulgado.

Já a capacidade total de camas para todo o tipo de doentes instalada na região ascende a 6330 em enfermarias e a 301 em unidades intensivos de adultos polivalente, as que se destinam a casos mais graves, acrescenta a ARS.

Numa altura em que o número de casos de infecção continua a aumentar, a ARSLVT decidiu criar um novo modelo de gestão de camas hospitalares, que passam a ser organizadas em rede, ao contrário do que acontecia até agora, o que tem sido muito criticado por dificultar a transferência de doentes entre hospitais, quando estes esgotam a sua lotação.

Para coordenar a resposta “que envolve especial complexidade” e implica “a capacidade de adaptação e ajustamento contínuo dos serviços num cenário de incerteza”, foram constituídas duas equipas — o Grupo Regional de Gestão Centralizada (GRGC) e o Núcleo de Apoio à Decisão. Juntas, as duas constituem o novo modelo de gestão centralizada de camas hospitalares e começaram já a trabalhar esta semana.

Ao grupo de gestão cabe “analisar a informação trabalhada pelo Núcleo de Apoio à Decisão “e fazer a interface entre o conselho directivo” da ARSLVT e os hospitais da região.

Este grupo “conta com a colaboração de elementos de vários grupos de profissionais da saúde e funciona junto do conselho directivo da ARSLVT, reportando ao seu presidente. No seu modelo de funcionamento articula-se com os conselhos de administração dos estabelecimentos hospitalares regionais do SNS, através das suas direcções clínicas”, especifica a administração regional de saúde. 

Pelas “suas competências em matéria de coordenação de operações, logística e informação”, o Núcleo de Apoio à Decisão integra elementos do Estado-Maior-General das Forças Armadas, acrescenta a ARS.

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