Lakers ganham NBA. O primeiro título depois de Kobe e o primeiro com LeBron

Equipa põe fim a jejum de dez anos e iguala 17 campeonatos dos rivais Boston Celtics numa conquista dedicada a Kobe Bryant. LeBron James foi o MVP das finais.

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Reuters/Kim Klement
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LeBron James já o tinha dito no início da temporada: para os fãs dos Los Angeles Lakers, as conquistas do seu passado não interessavam para nada se o “King” não conseguisse devolver o troféu Larry O’Brien ao emblema dourado e púrpura. Esta madrugada, naquele que acabou por ser um derradeiro Jogo 6, o “camisola 23” foi o líder de que o seu clube precisava, registando um “triplo-duplo” (28 pontos, 14 ressaltos e dez assistências) numa vitória por 106-93 frente aos Miami Heat que encerrou uma época desportiva que esteve em risco por mais do que uma ocasião. É, finalmente, oficial: os Los Angeles Lakers são os novos campeões da Liga Norte-americana de Basquetebol profissional (NBA).

Os atletas comandados pelo treinador Frank Vogel nunca estiveram em desvantagem na série contra os pupilos de Erik Spoelstra, mas, depois do tropeção num equilibrado Jogo 5 — um encontro tenso que sorriu aos Heat por apenas uma posse de bola (111-108) —, não partiram para este confronto sem uma dose considerável de pressão. Uma segunda derrota consecutiva, afinal de contas, levaria a um Jogo 7 no qual a equipa do “craque” Jimmy Butler teria uma importante vantagem anímica, que poderia funcionar como um elemento particularmente decisivo neste contexto de “bolha”, sem “factor casa” ou público.

Cientes de que não podiam facilitar, os favoritos não tiveram misericórdia, rapidamente disparando para uma vantagem que ao intervalo já havia assumido proporções colossais (64-36). Os Lakers, que levaram ao placar tantos pontos no segundo período como os Heat em toda a primeira parte e promoveram uma alteração estrutural no “cinco”, escolhendo Alex Caruso em detrimento do poste Dwight Howard, contaram com mais uma exibição inspirada por parte das suas duas principais referências – Anthony Davis juntou 19 pontos e 15 ressaltos ao “triplo-duplo” de James —, mas, ao contrário do que aconteceu no Jogo 5, não dependeram em demasia da dupla.

Kyle Kuzma e Markieff Morris voltaram a não contribuir, mas Rajon Rondo (19 pontos e oito lançamentos de campo convertidos em 11 tentativas, incluindo três “triplos” de um “base” que há uns anos não atirava ao cesto por nada), Kentavious Caldwell-Pope (17 pontos) e Danny Green (que terá recebido ameaças de morte depois de falhar nos últimos segundos do Jogo 5 o “triplo” que teria arrumado a questão mais cedo para o seu plantel e que apontou 11 pontos em 24 minutos) mostraram clarividência e compostura sempre que solicitados.

Os Heat finalmente reintegraram um limitado Goran Dragić — que, recuperado de uma lesão no pé esquerdo, começou a partida no banco e não esteve em jogo mais do que 19 minutos —, mas não tiveram a pontaria afinada dos “novatos” — Duncan Robinson e Tyler Herro juntos somaram apenas 17 pontos, sendo que o último falhou 70% dos seus dez lançamentos — e a frescura de Jimmy Butler (12 pontos, sete ressaltos e oito assistências), que, depois de se levar aos limites no Jogo 5, não teve suficiente energia para conter o ímpeto de uns Lakers determinadíssimos. Bam Adebayo, que não participou nos Jogos 2 e 3 devido a uma lesão no ombro, ainda marcou 25 pontos, mas muitos vieram num quarto período quando já era tarde demais.

Com este triunfo, os Lakers colocam no currículo o seu 17.º campeonato, igualando os rivais Boston Celtics no topo da NBA. O título surge também naquele que foi o 17.º ano da carreira de LeBron, que foi nomeado MVP (Most Valuable Player, ou Jogador Mais Valioso) das finais e colocou nos dedos o quarto anel da conta pessoal.

Aos 35 anos, o “King” não mostra qualquer intenção de abrandar, ficando assim a dois títulos de igualar o eterno Michael Jordan. Dwight Howard só jogou um minuto esta madrugada, mas teve tempo de marcar um “triplo” (!) e ganhou o primeiro campeonato em 16 anos como profissional. O antigo atleta dos Orlando Magic, que teve uma conturbada primeira passagem pelos Lakers em 2012-2013, celebrou no estado onde se afirmou como uma “estrela” na Liga e não conteve as lágrimas nos festejos do balneário.

A equipa de Los Angeles — que no ano passado, com um LeBron James lesionado durante boa parte da época e um Anthony Davis ainda nos New Orleans Pelicans, falhou o acesso aos play-off — já não agarrava o trono da competição desde 2010, ano em que os Lakers de Kobe Bryant bateram os Celtics em sete jogos. Kobe, que perdeu a vida tragicamente em Janeiro deste ano num acidente de helicóptero, foi lembrado pelos milhares de adeptos que, apesar das restrições pandémicas, se juntaram à porta do Staples Center, gritando o seu nome pela noite dentro.

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